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São Paulo, novembro/dezembro 2007
Ano 3 N.15 

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  • MANUSCRITOS

  • A memória do cinema no Arquivo Histórico Municipal




    Não obstante a existência de importantes instituições que preservam a história do cinema brasileiro – a exemplo da Cinemateca Brasileira sediada em São Paulo e da Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro – outros órgãos também conservam em seus acervos referências relevantes a respeito do tema. E dentre eles, destacamos o Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, uma vez que na sua vasta documentação podemos encontrar, por exemplo, a antiga legislação municipal pertinente ao assunto, bem como o registro de diversos momentos em que houve uma interface do poder constituído com os empresários responsáveis pelos primeiros espetáculos cinematográficos na cidade.

    Por certo que aqui nos referimos aos primórdios do cinema em São Paulo, num período que remonta à primeira metade do século XIX e até as décadas de 1910 e 1920, época em que salas de exibição já se encontravam consolidadas na cidade.

    Entretanto, é preciso alertar que não encontramos nessa documentação as referências sobre os filmes apresentados, mas sim a respeito dos espaços cinematográficos (por vezes adaptados para essa finalidade) e, também, sobre alguns espetáculos que, se num primeiro momento eram itinerantes, posteriormente se consolidaram, de modo gradual, em salas especialmente construídas para esse fim.

    Enquanto parte de um todo, poderíamos então dizer que o acervo do Arquivo Histórico nos apresenta apenas fragmentos dessa história, e isso é correto; porém, são fragmentos valiosos para a memória do cinema paulistano e brasileiro.

    Feitas essas considerações, apresentaremos a seguir um painel composto por alguns desses recortes que, é preciso frisar, não esgota toda a possibilidade do acervo.

    Iniciemos com um curioso e importante registro que nos remete à pré-história do cinema em São Paulo ou, mais especificamente, ao dia 27 de agosto de 1834, ocasião em que os vereadores paulistanos receberam um ofício de João Jacques Vioget nos seguintes termos:
      [Leu-se o Ofício] de João Jacques Vioget pedindo licença para abrir nesta cidade uma câmara óptica para divertimento público: remetido ao fiscal e procurador para fazerem a arrecadação do art. 8º das Posturas. (A.C., vol. XXVII, p. 472, meu destaque)
    Citado pelos estudiosos como das primeiras referências à presença de antigos aparelhos de divertimentos óticos na cidade de São Pauloo, não é possível apontar com absoluta segurança o que seria efetivamente a câmera ótica de Vioget. Uma possibilidade seria identificá-la como um modelo do Fenacistoscópio, aparelho inventado pelo físico belga Joseph-Antoine Plateau em 1829. Veja abaixo um exemplo dessa técnica. No entanto, a denominação remete provavelmente a outra modalidade: as caixas óticas. Esses aparelhos, que apresentam grandes variações, permitiam visualizar uma cena (delineada em desenhos, pinturas ou fotos, anos mais tarde), em uma caixa monida de uma lente (ou mais), aumentando as dimensões das imagens. De modo geral, como na ilustração abaixo, o modelo seria muito similar aos aparelhos para vistas estereoscópicas difundidas na segunda metade do século XIX.

    Disco de fenacistoscópio, 1893
    Disco de fenacistoscópio,
    por Eadweard Muybridge, 1893.
    O fenacistoscópio em movimento
    O fenacistoscópio em movimento.
    Disponível em:
    http:// en.wikipedia.org

    Caixa ótica de origem francesa
    Caixa ótica de origem francesa, primeira metade do século XIX.

    Disponível em http://www.antiq-photo.com

    Não podemos precisar o local onde ocorreram as apresentações da câmara de Vioget, mas certamente elas foram realizadas com cobrança de ingressos posto que a municipalidade, conforme especificado no documento, determinou o recolhimento de impostos, algo que não ocorreria caso o espetáculo fosse de cunho privado.

    E foi justamente por conta dessa cobrança que Vioget, a 6 de setembro de 1834, voltou a escrever para a Câmara Municipal, pois ele não concordou com o valor a ser recolhido:
      [Leu-se o] Requerimento de João Jacques Vioget pedindo redução na quota que tem de pagar para apresentar ao público um divertimento de caixas ópticas. (A. C., vol. XXVII, p. 477, meu destaque)
    Laconicamente, a resposta dos vereadores foi a seguinte: “não tem lugar, senão conforme o artigo 8º das Posturas.”

    O espetáculo que Vioget oferecia com sua caixa ou câmera ótica encaixava-se na categoria dos Divertimentos Públicos que ocorriam na cidade e, por isso, estava sujeito à cobrança de impostos. Nessa mesma categoria estavam, por exemplo, os realejos que percorriam as ruas da cidade. Ao que nos parece, a partir desse primeiro espetáculo, tais divertimentos tornaram-se comuns em São Paulo, e tanto que, em 1858, eles já se encontravam detalhados e especificados na legislação municipal conforme podemos verificar através da previsão orçamentária elaborada no ano de 1858:
      Impostos: [Pagar-se-á pela licença por três meses] para armar cosmoramas, phantasmagorias ou outros divertimentos semelhantes ...............................................................12$000 Réis (A. C., vol. XLIV, p. 69)
    Vale sublinhar que esta menção à caixa ótica de Vioget se constitui numa das primeiras citações documentadas que nos remetem à pré-história do cinema em São Paulo, mas isso não significa que ela seja a única. Muito pelo contrário, ela aqui está enquanto um dos muitos exemplos que podem ser encontrados na série Atas da Câmara Municipal. Esta é uma documentação que guarda inúmeras possibilidades aos pesquisadores do tema, pois os espetáculos (ou divertimentos) públicos requeriam uma autorização das autoridades para que ocorressem. Nesse sentido, as referências sobre os aparelhos óticos, cosmoramas, fantasmagorias e, depois, sobre os motoscópios e cinematógrafos, podem ser encontrados nas Atas. E aqui nos referimos tanto às solicitações dos empresários dirigidas aos vereadores, quanto às análise e permissões decorrentes.

    Mas, e quem teria sido João Jacques Vioget, ele o responsável por esta primeira apresentação de caixas óticas em São Paulo?

    Chamado de “João” em São Paulo, o seu nome, na verdade, era Jean Jacques Vioget. Nascido a 14 de junho de 1799 em Combremont-le-Petit, no Cantão de Vaud, na Suíça, alistou-se no exército de Napoleão quando tinha 15 anos de idade. Atuando inicialmente no regimento de tambores, interessou-se depois pela engenharia naval. No início da década de 1830 ele já se encontrava no Brasil, época em que teria sido tenente da marinha brasileira. De concreto, porém, sabe-se que Vioget, além de outras atividades, interessava-se também pelas artes e pintou, em 1834, uma interessante paisagem do Rio de Janeiro chamada Vue de la façade de la ville de Rio de Janeiro du coté de la grande baie en face le palais. Nesse mesmo ano, mais precisamente em agosto de 1834, Vioget esteve em São Paulo, época em que apresentou a sua caixa ótica. Apesar das raras informações sobre este personagem no Brasil, o fato é que em 1837 ele já estava navegando entre as costas do Peru e do Equador como comandante do navio Delmira e, daí, viajou até a Califórnia, aportando na antiga Yerba Buena, hoje São Francisco. Nesse mesmo ano Vioget pintou a mais antiga vista que se conhece daquela cidade chamada Yerba Buena in the Spring of 1837. Dois anos depois, ele seria contratado para elaborar o primeiro plano urbanístico da cidade. Não deixando de lado o comércio, Vioget foi proprietário de alguns saloons em São Francisco (como o Portsmouth House) e de ranchos nos seus arredores. Casado, em 1847, com Maria Benarides de Vasques, Vioget passou a ser conhecido como Dom Juan Vioget. Jean Jacques Vioget faleceu em San José, na Califórnia, em outubro de 1855.

    Desvendada essa curiosa passagem, vamos retornar às referências sobre a história do cinema em São Paulo através dos documentos custodiados pelo Arquivo Histórico Municipal e, propositadamente, daremos um grande salto no tempo, passando de 1834 para o ano de 1895. Mas, por que propositadamente? Explicamos: utilizando a mesma série composta pelas Atas da Câmara, o pesquisador poderá encontrar nesse intervalo de 61 anos muito mais informações a respeito da pré-história do cinema na cidade. Fica aqui a indicação, pois a nossa intenção é a de revelar outros conjuntos documentais que tratam do tema.

    São Paulo, 23 de abril de 1895. Naquele dia, o cidadão Sales Guerra recolhia no Tesouro Municipal uma taxa de 30$000 Rs. (trinta mil réis) para a “exibição de um aparelho Edson” que, conforme Maximo Barros, era o kinetoscopio (ou cinetoscópio), máquina inventada por Thomas Edison entre os anos de 1890 e 1891. No kinetoscopio, os filmes (com imagens em movimento) não eram ainda projetados em telas, mas sim no interior do próprio equipamento (veja ilustração).

    Kinetoscópio e seu mecanismo interno
    Kinetoscópio e seu mecanismo interno.
    Kinetofone
    Chamado de Kinetofone, este Kinetoscópio agregava um fonógrafo.

    Disponível em: http:// www.answers.com

    Individualmente, o espectador aproximava-se da máquina e, através de um visor, poderia assistir as cenas de um filme que durava por volta de 40 segundos. Segundo Barros, esse primeiro cinetoscópio foi apresentado por poucos dias em São Paulo na Confeitaria A Paulicea, então localizada na Rua 15 de Novembro. No ano seguinte, a 7 de agosto de 1896, teria ocorrida a primeira sessão de cinema em São Paulo em uma apresentação privada, apenas para convidados, e promovida pelo fotógrafo francês Georges Renouleau (1845-1909) que mantinha um ateliê na cidade. Ainda de acordo com Barros, que compilou seus dados na imprensa da época, já a partir de 8 de agosto de 1896 as exibições tornaram-se públicas mediante a cobrança de ingressos. Era a estréia do cinematógrafo na cidade.

    Não conseguimos até o momento dados mais seguros na documentação do Arquivo sobre este início do cinema em São Paulo. Entretanto, lembramos novamente que consultamos apenas parte do acervo, sendo portando bastante provável que esta referência ainda possa ser encontrada.

    De toda forma, esses acontecimentos que ocorreram na última década do século XIX nos servem para apresentar esta outra fonte de pesquisa: as séries Alvarás e Licenças e Receitas e Despesas do Fundo Câmara Municipal. A menção ao aparelho Edson ou kinetoscopio, por exemplo, pode ser encontrado no volume nº. 1746 das Receitas e Despesas do Tesouro, p. 68 verso.

    A partir de então, como apontam os Alvarás e Licenças, tornaram-se comuns na cidade as apresentações que ocorriam em salas escuras utilizando vários aparelhos óticos como as chamadas lanternas mágicas. Tais espetáculos recebiam o nome de Fantasmagorias, pois projetavam sombras ou desenhos e, não raro, faziam uso de outros elementos como a fumaça para criar um ambiente que deveria impressionar o espectador. Outros aparelhos, também em voga, serviam para ampliar panoramas ou fotografias com vistas de cidades, os chamados cosmoramas. E havia diversos deles que, geralmente, eram de uso individual. Assim, conviveram durante algum tempo as duas técnicas, ou seja, uma mais antiga que projetava cenas imóveis, e outra mais moderna, com imagens em movimento ou animadas.

    Entretanto, todas essas apresentações guardavam algo em comum, pois elas ainda não ocorriam em salas fixas ou especialmente preparadas para exibições. Ao contrário, tais espetáculos geralmente se davam em restaurantes e confeitarias ou, mais comum, em parques de diversões, circos e quermesses, a exemplo da que ocorreu entre os meses de maio e julho de 1898 na Praça da República. Naquela oportunidade, o empresário Augusto Pinto Pacca solicitou uma licença...
      ... para o funcionamento durante 90 dias, na Praça da República, de uma quermesse de jogos e divertimentos lícitos a saber: tiro ao alvo, jogo de argolas e de bolas, cosmorama, fantasmagorias, quadros vivos, teatrinho de bonecas, fonografias, rodas de cavalinhos e bonecos, sendo parte do produto da quermesse em benefício do Asilo de meninas órfãs de N. S. Auxiliadora do Ipiranga, não podendo estabelecer jogos ilícitos sob pena de cassação da licença, tendo de acordo com o termo de obrigação e responsabilidade nesta data assinado nesta Intendência. (Alvarás-Licença, vol. 502, p. 70, meus destaques)
    Após essa primeira fase, na qual as sessões ocorriam na área central da cidade, tornou-se comum a apresentação desses aparelhos nos estabelecimentos de bairros, sempre mediante a cobrança de ingresso. Esse foi o caso do italiano Grazio Olivera de Felice, instalado na antiga Rua dos Imigrantes, nº. 19 (atual Rua José Paulino, no Bom Retiro), que desejava “estabelecer em sua casa um pequeno Cosmorama” para a apresentação de vistas. Esta solicitação, datada de 8 de março de 1906, merece ser destacada não apenas por mostrar a expansão desses aparelhos pelos bairros, mas principalmente porque Felice fez questão de anexar ao pedido uma das vistas (veja abaixo) que seriam exibidas ao público mediante o preço de 200 réis por ingresso. Este registro raro identifica o uso de vistas fotográficas estereoscópica associada ao "cosmorama", sinal de um processo de hibridismo dos sistemas óticos.

    Estereoscopia para exibição no Cosmorama de 
		Grazio Olivera de Felice, em 1906
    Estereoscopia para exibição no "Cosmorama"
    de Grazio Olivera de Felice, em 1906.
    A imagem mostra um aspecto de Paleokastritsa, uma pequena vila situada na ilha de Korfu, na Grécia. No verso do cartão consta a seguinte indicação: Casa Edison – Phonographos * Novidades – São Paulo.
    Acervo: AHMWL

    Voltando aos últimos anos do século XIX, no dia 21 de janeiro de 1899 seria apresentado aos paulistanos um novo equipamento: o motoscópio. Naquela data conforme os registros constantes no volume nº 502 dos Alvarás-Licença, página 72, George Mornaud solicitava uma autorização “para abrir uma exposição de Motoscópio por 30 dias na rua Coronel Moreira Cezar nº 14.” Esta era a Rua São Bento que, num curto período de tempo, chamou-se Cel. Moreira César.

    O motoscópio era um aparelho que guardava certa semelhança com o kinetoscopio, mas havia uma diferença importante, pois o kinetoscópio utilizava imagens em filmes que eram rodados; o motoscópio, por sua vez, mostrava uma seqüência de fotografias impressas e afixadas numa espécie de tambor. Ao girar rapidamente o aparelho, o espectador ficava com a impressão de ver as imagens em movimento. Desenvolvido por Herman Casler em 1894, nos E.U.A., o motoscópio foi aperfeiçoado e passou a ser comercializado a partir de 1896. Pouco tempo depois, ele já era apresentado em São Paulo.

    Motoscópio
    Motoscópio, 1899



    Motoscópio.

    Disponível em:
    http://www.victorian-cinema.net

    A atriz americana Anna Held
    assiste uma sessão no motoscópio em 1899.

    Disponível em:
    http://www.prweb.com


    E eis que chegamos a 1900, época em que os cinematógrafos já se encontravam disseminados na cidade. Naquele ano, mais precisamente no dia 6 de janeiro de 1900, o empresário Salvador Joaquim Rizzo solicitava a primeira licença “para dar um espetáculo com cinematógrafo na Rua 15 de Novembro nº. 58”, pagando para isso a taxa de 115 mil réis. (Alvarás-Licença, vol.505, p. 59). Apesar de não constar no documento qual o período do espetáculo, sabemos que o mesmo não se resumiu a um único dia, uma vez esta licença (no valor de 115 mil réis) era válida por 30 dias. Mas, esta não foi a única apresentação de Rizzo na cidade, uma vez que ele obteria novas licenças para o seu cinematógrafo em junho e agosto de 1900, apresentando seus espetáculos na Rua 15 de Novembro, nº. 58 e na Rua do Rosário, nº. 5, respectivamente.

    Por essa mesma época, já se encontrava na cidade um outro empresário, Victor de Maio, que, a 5 de fevereiro de 1900, pagou os mesmos 115 mil réis “pela licença, por 30 dias, para a exibição de seu cinematógrafo (fotografia animada)” na mesma Rua 15 de Novembro, nº. 58 (Receita e Despesa, volume 1853, p. 1). Em março do mesmo ano ele renovaria esta licença para, nos meses de maio e junho, apresentar seu cinematógrafo na mesma Rua 15 de Novembro, mas no nº. 56, sendo este endereço citado como “galeria” (por estar situado na recém-aberta Galeria Werbendöfer). Entre os meses de agosto e setembro, a licença seria dada para que o mesmo se apresentasse no prédio da Rua do Rosário, nº. 5, o conhecido salão Paris em São Paulo que, posteriormente, mudaria seu nome para Paulicéia Fantástica.

    Não obstante essas apresentações em salas, os espetáculos continuavam a ocorrer em circos e parques, a exemplo do cinematógrafo que funcionou ao lado da Montanha Russa montada na Praça da República pelo empresário Eduardo Ribeiro e cuja licença foi concedida no dia 24 de março de 1900. Da mesma maneira, persistiam ainda os Cosmoramas como os de Frederico Cuorino, apresentados na galeria da Rua 15 de Novembro, nº. 56 e com licença concedida a 14 de abril de 1900, ou o de Antônio Guimarães, que se apresentou na então Rua de São João, nº. 33, por conta da licença concedida a 15 de outubro do mesmo ano. Nos bairros, vale mencionar o Cosmorama de Carmine Sposito na antiga Rua dos Imigrantes, nº. 157 (atual Rua José Paulino, no Bom Retiro), que requereu e obteve a licença para funcionamento nos meses de outubro e novembro de 1900. (Alvarás-Licença, volume 505, p. 60).

    A série Alvarás-Licença, como visto, guarda muitas referências sobre a história do cinema em São Paulo e, para além de 1900, daremos um salto para 1908, época em que as solicitações para obtenção de licenças já ganhavam um número, transformando-se, portanto, em processos. Conservados os seus originais, hoje o pesquisador encontra muita facilidade para a sua consulta.

    A seguir, daremos alguns exemplos dessas petições para a obtenção de licenças que foram encaminhadas, em 1908, para a 1ª Seção de Polícia e Higiene. Naquela época, esta era a repartição responsável pela análise das solicitações referentes aos espetáculos públicos. Como nos demais exemplos, aqui separamos apenas alguns casos para amostra. Atualmente, esses documentos encontram-se classificados no grupo Polícia Administrativa e Higiene.

    Incluímos ainda alguns projetos (concretizados ou não), que nos informam a respeito de como eram concebidas as salas de cinema de São Paulo entre os anos de 1912 a 1915.



    Como podemos perceber através dessa amostragem, esses documentos se constituem numa valiosa fonte para a história do cinema em São Paulo. Mas, eles não são os únicos, uma vez que finalizaremos este artigo com a apresentação de um último conjunto documental denominado Obras Particulares. Dispostos em ordem cronológica e, a partir dela, classificados por endereço, esses documentos dizem respeito às construções, reformas ou adaptações promovidas pela iniciativa privada. Constituído geralmente por uma petição e pelos projetos arquitetônicos referentes à obra, neste conjunto encontramos diversas referências aos cinemas que existiram na cidade nas primeiras décadas do século XX.


    Luís Soares de Camargo
    Seção Técnica de Manuscritos



    Fontes
    • SÃO PAULO (cidade). AHMWL. Fundo Câmara Municipal, série Atas da Câmara Municipal de São Paulo, volumes XXVII e XLIV.

    • ______. Fundo Câmara Municipal, Série Alvarás e Licenças, volumes 502, 505 e 1853.

    • ______. Fundo Câmara Municipal, Série Receita e Despesas do Tesouro, volume 1746.

    • ______. Fundo Prefeitura, Série Alvarás e Licenças, Grupo Polícia Administrativa e Higiene, Caixas nºs: PAH 4 (1906) e PAH 28 (1908)

    • ______. Fundo Prefeitura, Série Obras Particulares, Caixas nºs: 7 e R2 (1912), A1 (1913) e 02 (1915).

    Bibliografia
    • BARRO, Máximo. A primeira sessão de cinema em São Paulo. São Paulo: Ed. Tanz do Brasil, 1996.

    • BERNARDET, Jean-Claude. Filmografia do cinema brasileiro 1900-1935. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1979.

    • BRUNO, Ernani da Silva. História e tradições da cidade de São Paulo. São Paulo: Hucitec e Prefeitura do Município, 1983.

    • MACHADO JR., Rubens. São Paulo e o seu cinema: para uma história das manisfestações cinematográficas paulistanas (1899-1954). In: PORTA, Paula (org.). História da cidade de São Paulo. São Paulo: Paz e Terra, 2004. v.2. p. 457-505.

    • SOUZA, José Inácio de Melo. Imagens do passado – São Paulo e Rio de Janeiro nos primórdios do cinema. São Paulo: Ed. Senac, 2004.

    Sobre Jean Jacques Vioget veja:

    Sobre imagens de antigos aparelhos veja:

    Serviços: A Seção Técnica de Manuscritos atende de segunda-feira à sábado, das 9 às 17 horas.

     
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