Durante este período, a cidade cresce assustadoramente em razão da florescente economia agroexportadora do café e da política imigrantista desenvolvida pelo governo do Estado de São Paulo.

A Câmara Municipal paulistana tem ampliada sua eficiência administrativa, por meio das Intendências e, a seguir, por meio da criação de um Poder Executivo Municipal, que, depois, ficará independente da Câmara: a atual Prefeitura de São Paulo.

Em paralelo a uma estruturação administrativa do Executivo paulistano, que permita à prefeitura dar conta do gerenciamento da cidade, ocorre um extenso processo de desenvolvimento econômico e a introdução de novos parâmetros e tecnologias em diversos campos como engenharia, saúde, transportes etc.

A construção civil na cidade de São Paulo merece então a atenção da administração. Ao final do século XIX, em 1893, torna-se obrigatória a apresentação de projetos arquitetônicos completos para que o poder municipal, após análise e aprovação, expeça a necessária licença para construir.

Pouco depois, nos primeiros anos do século XX, têm início ações para reestruturação física da Capital, com o objetivo de, por meio do embelezamento urbano, promover a valorização fundiária da Área Central da cidade. Edifícios luxuosos, públicos e privados, arborização urbana, monumentos decorativos, largas avenidas e novas praças e parques serão o resultado dessa estratégia.

Número expressivo de documentos registram solicitações de concessões de serviços por empresários. Em busca de oportunidades, investidores e empreendedores oferecem propostas de diversos serviços urbanos, entre eles o transporte de passageiros e/ou cargas, como faz em 1890 Morris Kohn com uso de carruagens ou, em 1905, outros empresários, com emprego dos primeiros veículos automotores.

Propostas de grandes obras podem ser identificadas. Entre outras, hotéis de porte, ausência comentada há muito por visitantes estrangeiros, aqui presente num exemplo da década de 1890. Ou então, de imensos teatros, espaços simbólicos na paisagem da cidade e de encenação social, que deslocam o foco urbano usual das igrejas e edifícios da administração.

O número de registros relativos à construção de edifícios comerciais (Casa Germaine, 1907; Edifício Guinle, 1912, aqui expostos) indicam novas oportunidades de investimento. Uma massa de edifícios substitui parte do casario do Centro Velho que perde em definitivo a feição colonial. A exigência de aprovação dos projetos de edificações a partir da década de 1890 acabará por gerar um dos principais conjuntos do acervo custodiado de grande uso atualmente. Edifícios de escritórios e lojas surgem ao lado de casarões, como o projeto da residência de Horácio Sabino em 1903, "casas operárias", cinemas etc.

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