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PMSP/SMC/DPH
São Paulo, novembro/dezembro de 2008
Ano 4 N.21  

Abertura | O Arquivo e sua sede | Ed. Ramos-Histórico & Arquitetura | Intervenções | Restauro 1991 | Restauro 2007 | Bibliografia


Edifício Ramos de Azevedo, 1991: primeiro restauro


CASA DA MEMÓRIA PAULISTANA

O processo de restauro e adaptação do Edifício Ramos está diretamente relacionado à proposta da Casa da Memória, que surge no primeiro ano da administração Luiza Erundina (1989-1992). Encerra-se assim, retomando o propósito inicial da compra do edifício em 1987, a proposta de destinação do mesmo edifício para a Pinacoteca Municipal.

A nova orientação terá como produtos concretos o restauro propriamente dito e a criação legal da nova unidade. Em 28 de dezembro de 1992, através do Decreto Municipal n.º 32.900 (DOM, 29.12.1992), o Executivo dispõe sobre a oficialização e instituição da 'Casa da Memória Paulistana', do Departamento do Patrimônio Histórico, da Secretaria Municipal de Cultura, e dá outras providências:
    Art.1.º. — Fica instituída a 'Casa da Memória Paulistana', a ser instalada no Edifício Ramos de Azevedo, que visa reunir num único local os acervos sob a guarda do Departamento do Patrimônio Histórico, propiciando condições técnicas adequadas para o seu armazenamento, manutenção, conservação e utilização.

    Parágrafo único – A 'Casa da Memória Paulistana' compreende o Gabinete do Departamento do Patrimônio Histórico, a Divisão de Administração, a Divisão do Arquivo Histórico Municipal, a Seção do Arquivo de Negativos, a Seção Técnica do Museu Histórico de Imagens Fotográficas da Cidade de São Paulo, a Seção do Expediente e o Gabinete da Divisão de Iconografia e Museus.

    Art.2.º. — Fazem parte também da 'Casa da Memória Paulistana' o 'Centro de Referências da Cidade de São Paulo' e o 'Centro de Conservação e Restauro'.

    Art.3.º. — Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
O uso do recurso do decreto às vésperas da mudança de administração pode ser interpretado como resultado das dificuldades enfrentadas na relação entre Executivo e Câmara Municipal para a criação de novas estruturas administrativas, em especial durante o último ano de gestão. Por outro lado, era evidente a necessidade de garantir o uso e continuidade do que seria o mais ambicioso projeto já proposto sobre os acervos documentais custodiados pela Prefeitura. O ato legal terá, porém, vida breve, sendo revogado na primeira semana de janeiro seguinte.


Sobre a proposta, entre os documentos localizados durante a pesquisa, o mais antigo data de junho de 1989. Trata-se do texto Memória paulistana: acervos e pesquisas: elementos para uma redefinição de programas, elaborado pelos arquitetos Edgard Tadeu Dias do Couto e Eduardo de Oliveira Elias, da equipe da Seção Técnica de Programas de Revitalização (DPH/SMC).

Ao longo de sete blocos a proposta surge já em seu todo, breve mas norteadora:
    2. Caracterização:

    O conjunto designado 'Casa da Memória' surge da necessidade – que no decorrer dos últimos anos vem se acentuando enormemente – de uma racionalização da captação, processamento, guarda e veiculação, de modo científico e dinâmico dos 'bens histórico-culturais' sob a tutela da Municipalidade.

    [...] Este 'Conjunto' portanto deve caracterizar-se primordialmente como um centro de polarização e veiculação da informação histórico-cultural concernente à Cidade de São Paulo. Por 'polarização' entendemos não uma centralização 'física' de informações, mas uma 'filosofia' de captação e operação dessas informações. Por 'veiculação' entendemos não apenas a divulgação das mesmas mas a possibilidade de sua apropriação pela comunidade.

    Finalmente devemos ressaltar que o 'Conjunto' deve inserir-se na política cultural global do Município, tornando-se um efetivo prestador de serviços, bem como um núcleo aglutinador da comunidade paulistana em torno da reflexão, debate e preservação de sua memória.
O texto, com 27 folhas, merece ser considerado. Analisa as consequências tanto da reordenação do DPH (Departamento do Patrimônio Histórico) como de novas necessidades funcionais geradas, e considera tanto as hipóteses de centralização de acervos como a descentralização. Uma ressalva deve ser feita, tal estudo não discute a destinação do Edifício Ramos de Azevedo para tal uso.

Trata-se, como indicado à folha 2, de um pré-programa pensado com liberdade sem ater-se à estrutura existente ou propor de imediato uma classificação hierárquica. Estes aspectos parecem qualificar a versão proposta. O tom é cuidadoso, evitando proposições apressadas.

O item 4 - Composição geral - define funções e dimensiona a equipe funcional, áreas e mobiliários especiais. Não existe, porém, um efetivo dimensionamento dos acervos existentes (em alguns casos, nem seria possível) ou um questionamento em relação a determinados conjuntos documentais, sobre a conveniência da manutenção ou transferência de acervos.

O conjunto proposto abrange uma coordenadoria e quatro módulos: Administração, Acervos e Pesquisas, Comunicação e Atendimento ao Usuário, e Publicações. A área estimada chega a 7.830 m2, o que inspira preocupação se considerarmos que o total do Edifício Ramos não atinge nem metade dessa metragem quadrada. Em especial, se for considerada a área de 5.100 m2 destinada a acervos. Neste aspecto, seria relevante mencionar a abrangência do módulo B - Acervos e pesquisas - que engloba conjuntos (1) bidimensional (gráfico-textual, imagem e som), (2) tridimensional (escultórico, objetos utilitários, mobiliário, arte indígena), (3) pictórico e (4) arqueológico.

Infelizmente, a proposta não leva em consideração outras experiências de complexidade e envergadura similar. A menção é referência direta à implantação do Centro Cultural São Paulo a partir de 1982. Certamente não havia reflexão e distância para identificar desafios e procedimentos que permitissem alguma contribuição ao debate. Nem mesmo, por exemplo, o módulo C - Comunicação e Atendimento ao usuário - tira proveito de tal experiência. As indicações sobre espaços expositivos não apresentam detalhamento adequado em itens, como iluminação de áreas expositivas ou monitoramento ambiental. E, certamente, não podia prever questões introduzidas na década de 1990 com a computação intensiva e a internet.


Outro documento, intitulado Projeto A Casa da Memória Paulistana, datado de setembro de 1990, embora menos extenso, detalha a proposta na forma próxima ao decreto de 1992. De imediato, são apresentadas duas diretrizes departamentais norteadoras da proposta:
  • cidadania cultural
    [...] diretriz básica da política cultural desta administração – se desdobra em diversas práticas que possibilitaram garantir, em todos os níveis o direito à cultura a toda uma população diferenciada socialmente, diluindo as fronteiras hierarquizadas das experiências culturais da cidade. [...] Envolve também a democratização da produção cultural, seja do ponto de vista de guarnecer os trabalhadores e a população da cidade em geral de instrumentos capazes de possibilitar sua produção cultural autônoma, tanto quanto sua formação e informação culturais.
    (PROJETO, 1990, f.3)

  • integração departamental: rompimento do isolamento das divisões
    As propostas e projetos de ação cultural do Departamento do Patrimônio Histórico para esta gestão visam, no plano das especificidades de suas funções e atribuições, traduzir estes objetivos norteadores da política cultural desta administração. Ao mesmo, pretende-se integrar os diferentes setores do Departamento em atividades comuns e aglutinadoras, com objetivos claros e explícitos que, quebrando o isolamento das diversas divisões e a paralisia dos últimos anos, façam com que os funcionários se percebam como agentes de um projeto integrado e definido em função dos interesses dos habitantes da cidade.
    (PROJETO, 1990, f.4)

O capítulo II, ocupando seis da 23 folhas, é dedicado a: Uma política geral para os acervos de natureza arquivística da cidade de São Paulo. Toma como ponto de partida as condições dos acervos como os custodiados pelo Arquivo Histórico Municipal e a Seção de Arquivo de Negativos (DIM/DPH), ambos sem atualização e sem condições de conservação e acesso adequados. Definem-se então as proposições:
  1. ampliação e atualização de acervos, e a produção de novos registros da memória paulistana

    1. criação do Sistema Municipal de Arquivos, que pretende reunir todas as unidades arquivísticas da Administração Municipal e demais instituições similares da cidade para que, sob bases comuns, seja preservado e organizado seu acervo documental. Para a construção desse sistema, é fundamental o estabelecimento de canais formais para troca de informações que possibilitem o acesso público do patrimônio arquivístico municipal, bem como a implantação do Arquivo Intermediário, para os documentos produzidos pela administração municipal. Foi constituída, em 1.990, a Coordenação Científica, constituída de especialistas nas áreas de arquivologia, história, administração e direito, e as Comissões setoriais de avaliação de documentos. Estabelecida também em 1.990 algumas pré-tabelas para avaliação do valor legal, administrativo e fiscal da documentação dos diferentes órgãos da administração municipal – etapa necessária para que se dê início à identificação da documentação com valor cultural e probatório a ser incorporada ao acervo arquivístico permanente do Arquivo Histórico Municipal. (PROJETO, 1990, f.6)

    2. Empreender atividades de registro fotográfico sistemático da cidade de São Paulo, alimentando o acervo permanente neste suporte. (PROPOSTA, 1990, f.6)

    3. A produção de novos registros para a memória paulistana através da implantação de projetos de história oral, com coleta de depoimentos relativos à vida cotidiana da cidade e à memória do trabalho fabril, visa assegurar a participação popular direta nos registros da memória da cidade de São Paulo. Ela pressupõe a ampliação da própria noção de patrimônio histórico, para incorporar aos seus registros a versão dos cidadãos em sua multiplicidade, e não apenas a documentação resultante dos atos governamentais. (PROPOSTA, 1990, f.7)

  2. [...] dotar estes acervos das condições técnicas necessárias a esta ampliação, configurada na proposta de implantação da 'Casa da Memória Paulistana (grifo nosso)'.” (PROPOSTA, 1990, ff.5-6)

Seguem-se três desdobramentos - sub-projetos programados:
  1. A sede
    Restauro e adaptação do Edifício Ramos de Azevedo, futura sede da 'Casa da Memória', apresentado com maior extensão às folhas 10 a 16, enfatizando porém a análise arquitetônica da edificação. O item é apresentado como absoluta prioridade para a atual gestão (f.16) como forma de viabilizar a ampliação e reorganização dos acervos arquivísticos.

  2. Centro de Conservação e Restauro
    O Centro de Conservação e Restauro do Município que englobará os laboratórios de pesquisa e de restauro de papéis, fotografias, edificações, funcionará naquele Edifício, em área que lhe será reservada, como órgão de assessoria, como centro de pesquisa e treinamento, como eixo dinâmico de divulgação das causas de deterioração e de técnicas de conservação e restauração do patrimônio documental em seus vários suportes e como prestador de serviços técnicos [em] nível nacional [...] (f.17)

  3. Centro de Referências da Cidade
    À reunião destes acervos e das condições técnicas para sua preservação deve-se somar, necessariamente, a organização de um centro de referências da documentação e do patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade de São Paulo.
    [...]
    Impõe-se, portanto, a fixação de etapas necessárias à sistematização de informações, sobre a origem da documentação, localização, estado de conservação e de seu conteúdo e sobre as instituições públicas e particulares, de ensino e pesquisa, instituições essas geradoras de documentos e informações sobre a cidade de São Paulo. (f.18)
    [...]
    Como primeiro passo, identificação e cadastramento das instituições e órgãos que mantêm sob sua custódia acervos significativos a partir do DPH e levantamento e cadastramento dos orgãos das administrações municipal, estadual e federal sediados na Capital, bem como instituições acadêmicas, instituições particulares e acervos significativos à recuperação da memória da cidade de São Paulo, instituições nacionais e estrangeiras.
A proposta de constituição da Casa da Memória não terá continuidade na administração Paulo Maluf (1993-1996). Atrasos na implementação do restauro e reforma do Edifício Ramos acabarão retardando a finalização até 1996 quando passa a ser ocupado parcial e lentamente por unidades do DPH (ver Histórico).

Ainda assim, elementos centrais da proposta permanecem enquanto questões a serem respondidas, como a de gerenciamento dos acervos ou a de reordenação estrutural das ações patrimoniais. O processo desenvolvido ajudou a garantir áreas mais adequadas para uso por parte do Arquivo Histórico, seja pela instalação do laboratório de papel, seja pela expansão da área de guarda, que receberá a partir de 1999 um expressivo volume com a transferência da documentação até o ano limite de 1921.

É evidente que a proposta não apresentava uma reflexão equitativa sobre os três eixos norteadores. Certamente, os laboratórios, atendendo às especificações de então, tiveram maior detalhamento; porém, o Centro de Referência não apresentava, como indica a documentação consultada, detalhes mais aprofundados.

O projeto poderia ter contado nesse sentido com a experiência desenvolvida pela FUNARTE, como fora o caso em outros aspectos, em especial após o esfacelamento da entidade pelo governo Collor, quando vários técnicos tiveram papel significativo como assessoria das equipes; ou, ainda com colaboradores mais próximos através de eventual consulta ao IDART - antigo departamento de documentação artística, absorvido pelo CCSP em 1982. A ausência de um projeto específico estaria evidente no programa de ocupação do Edifício Ramos, ficando reduzido a uma bancada de terminais de informática no salão central.





EDIFÍCIO RAMOS DE AZEVEDO, 1989-1990:
PROJETO DE RESTAURO E REFORMA

Os estudos do projeto de restauro e reforma tem um bom andamento no primeiro ano da gestão. O texto Projeto A Casa da Memória Paulistana, de setembro de 1990, apresenta um cronograma para obras abrangendo o segundo semestre de 1990 e o ano seguinte. As instalações do Centro de Conservação e do Centro de Referências, com início previsto para o segundo semestre de 1991, estariam finalizadas em 1992.

Como indica o documento, as obras cobriram duas fases:
  • Restauração, reforma e adaptação dos ambientes internos do edifício incluindo instalações elétricas hidrossanitárias, ar condicionado, telefone, prevenção e combate a incêndios, instalações especiais para laboratórios de restauro [...]

  • Restauração dos elementos decorativos e argamassa raspada das fachadas [...] (PROJETO, 1990, f.23)

Como documento para acompanhar a proposta, tome-se o texto Projeto de restauro e reforma 'EDIFÍCIO RAMOS DE AZEVEDO': I ETAPA [1990, 1.semestre]. Ele expressa com clareza o propósito da intervenção:
    A intenção da municipalidade em restaurar o Edifício Ramos de Azevedo é de reintegrar à vida cultural da cidade, seja pelo próprio valor arquitetônico do edifício, seja pelo uso proposto de organização de um Centro de Referência da documentação do patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade de São Paulo, este importante monumento arquitetônico.
    O projeto de restauro do edifício está sendo desenvolvido pela S.T.P.R.C. da Divisão de Preservação e neste momento encontra-se com as fases de análise e diagnóstico concluída
    [s], no aguardo do programa de uso para a elaboração do ante-projeto.
    (PROJETO DE RESTAURO, 1990, f.1)
A elaboração da cronologia construtiva constituiu etapa significativa para orientação do projeto de restauro e reforma, aqui parcialmente transcrita:
    Com base na análise da documentação conseguida na Escola Politécnica da USP, no Arquivo Municipal 'Washington Luiz” e na Faculdade de Arquitetura da USP, documentação esta insatisfatória para uma definição precisa de todos os momentos construtivos do imóvel, foram detectadas algumas intervenções significativas que se traduzem nas transformações espaciais ocorridas no período de 1920 a 1957 e o momento presente.

    Temos assim identificados a construção inicial, num segundo momento construtivo de 1920 a 1950, as obras de 1957 e o levantamento cadastral do imóvel.

    Amenisam
    [sic] as intervenções ocorridas neste prédio o fato da não alteração do seu programa de uso, e no decorrer destes quase 70 anos apenas aconteceram obras de adaptação dos ambientes à própria evolução do ensino da Eletrotécnica.

    Citamos como alterações principais: desaparecimento de algumas paredes, de um dos banheiros no 1o. Andar e o fechamento das varandas posteriores neste mesmo piso para ampliação de salas de aula; no andar térreo apenas constatamos o desaparecimento da cabine de projeção do auditório e no porão a construção de reforços estruturais, instalação de cozinha, banheiros, caixa d'água e os laboratórios necessários ao ensino programado para o curso de Eletrotécnica da USP.


    (PROJETO DE RESTAURO, [1990], segmento VI - Cronologia arquitetônica)
O partido de restauro, como apresentado com precisão em artigo das arquitetas Cássia Magaldi e Leila Diégoli em 1992, adotou os seguintes princípios:
  • criteriosa consideração do potencial de uso do edifício;
  • avaliação do custo social de qualquer demolição que venha a ser necessária;
  • conservação da clareza de leitura da tipologia arquitetônica do edifício;
  • respeito aos estilos do passado, através da prática de um desenho destituído de intenção de cópia ou imitação estilística, para os elementos que forem introduzidos;
  • respeito às técnicas construtivas do passado e atuais, através da aplicação correta de uma ou outra, estudando-se cada caso;
  • adoção do caráter de reversibilidade para todas as estruturas novas que forem introduzidas no edifício através do projeto, exceto em casos onde isso seja impossível, esgotadas todas as possibilidades;
  • leitura clara da diferença entre as estruturas já existentes e aquelas que serão introduzidas com a reforma.

    (DIÉGOLI e MAGALDI, 1992, p.166-167)
A observância desses princípios norteadores e a análise da construção permitiram estabelecer diretrizes de intervenção, aqui transcritas do mesmo artigo:
  1. A tipologia arquitetônica clara, os elementos estilísticos, a ornamentação e os materiais de acabamento do edifício, que se mantiveram quase intactos até hoje, serão preservados através de sua conservação, e recuperados, quando for necessário, através das obras.
  2. Consideramos passíveis de demolição todos os elementos que foram construídos para a instalação das máquinas da escola, que em relação à estrutura tipológica configuram-se como 'apêndices' ou corpos (intrusos) descaracterizantes.
  3. Também considerando a tipologia arquitetônica, a reconstrução de paredes e portas que existiram originalmente será possível se assim o solicitar o uso. Lembrar novamente que as estruturas acrescidas deverão ser legíveis entre as existentes, e serão projetadas com tecnologia e materiais atuais sem a intenção de imitação de técnicas construtivas.
  4. Nos casos de necessidade de consolidação ou recuperação de estruturas abaladas ou injuriadas, por exemplo, deverão se proceder à pesquisa da técnica específica e analisar a validade ou não da retomada da técnica original para a restauração do local afetado.
  5. As esquadrias danificadas serão restauradas. Aquelas destruídas ou desaparecidas serão refeitas, copiadas dos modelos originais.
O partido de intervenção, apresentado no oitavo segmento do Projeto de Restauro (1990), propõe a partir da cronologia e do uso programado algumas intervenções:
  • porão: remoção de todos os elementos sob o salão central, utilizados em parte como suporte para maquinarias do térreo, e a eventual recomposição da cabine de projeção, opção adotada mais tarde;
  • térreo: remoção de bases de equipamentos no salão central; e
  • primeiro pavimento: a reconstrução de banheiro esquerdo e divisórias de salas anexas, itens adotados, e a demolição das salas que ocuparam as varandas da fachada norte, orientação esta não incorporada ao projeto final.
Alguns poucos elementos, quase certo acréscimos posteriores, permanecem num primeiro esboço como a escada de acesso entre o porão e o salão central, que será eliminada em propostas posteriores.

O projeto de ocupação do edifício sofrerá variações em especial pela distribuição de laboratórios e áreas de guarda, certamente os espaços de maior complexidade. A seguir, apresentamos a configuração publicada em 1992 (ARQUITETURA DO BRASIL, 1992).


EMBASAMENTO: porão
Edifício Ramos, planta subsolo, 1991
AT: 1004,21 m2

Área de concentração de serviços técnicos por excelência, com acesso restrito a funcionários, apresenta ao centro o setor de guarda de acervo documental, dividido em dois segmentos estanques com acesso por antecâmaras. O projeto construído adota outro desenho para a antecâmara principal e apresenta acessos secundários para o setor de guarda.

Ao redor, o corredor que percorre todo o perímetro ao longo do qual estão distribuídos laboratórios especializados em papel (esquerda) e fotografia (direita), com segmentos de apoio como higienização, conjunto correspondente em parte ao programado Centro de Restauro, integrante do projeto Casa da Memória Paulistana. Os setores destinados a área de guarda de acervo fotográfico e respectivos laboratório e apoio, todos sob responsabilidade da Divisão de Iconografia e Museus, não foram completamente instalados nesta fase. Em 2008, com a necessidade de desocupação do Solar da Marquesa para reforma, estes serviços foram transferidos para o Edifício Ramos adotando um novo projeto técnico.

Ao fundo, sob a projeção do auditório, encontram-se banheiros e vestiários para funcionários. Note-se a escada externa de acesso à cabine de projeção, que segue o partido do projeto original.

A circulação vertical do edifício é feita pelas escadas laterais na parte inferior da planta. Para circulação de documentos adotou-se um monta-carga. Em fase posterior da obra, houve projeto específico de acessibilidade universal, ainda não implementado.


TÉRREO
Edifício Ramos, planta térreo, 1991
AT: 1135,23 m2

Este pavimento, como o superior, permite compreender com clareza a planta quadrada, com espaço central anteriormente ocupado por equipamentos pesados e agora destinado à recepção de público, exposição, cafeteria e terminais, estes parte do Centro de Referências, também integrante do projeto Casa da Memória Paulistana.

Os setores de consulta dos acervos de manuscritos e bibliográfico, hoje no salão central, estão nesta versão distribuídos em salas independentes na parte inferior da imagem. O acervo bibliográfico está localizado também na parte inferior, à esquerda, como implantado efetivamente.

O vestíbulo de acesso pode ser observado na parte inferior e distinguem-se com clareza os corpos das escadas nas laterais.

Ao fundo, o auditório com a reconstituição da cabine de projeção, acréscimo ao projeto original datado de meados da década de 1920. Em ambos os lados, salas de reunião e de conferência. Nas demais salas, distribuem-se setores técnicos relativos aos diversos serviços englobados no programa da Casa da Memória.



1º PAVIMENTO
Edifício Ramos, planta 1.andar, 1991
AT: 759,26 m2

Área de acesso restrito a funcionários, neste piso concentram-se os setores administrativos e chefias de departamento e divisão, e os demais setores técnicos.

Ao fundo e ao centro, respectivamente, a projeção dos espaços ocupados pelo auditório e pelo salão central.





AS OBRAS: 1991-1996

Em 18 de dezembro de 1991 é assinado o Termo de Contrato 160/EDIF/91 entre a Prefeitura e a empresa ganhadora da concorrência - Comagi Construções, Comércio Atayde Girardi Ltda. O texto definia o prazo de 300 dias corridos a partir de recebida a 'Ordem do Início'. O prazo de execução sofreria aditamentos em parte como consequência da necessidade de alterações de parâmetros técnicos para áreas de guarda e serviços correlatos.

Edifício Ramos, fachada, década.1990
Edifício Ramos de Azevedo: aspecto da fachada no período 1990-1991. Observem-se os canteiros existentes no local até 2006.

Foto: arq. Luiz Antonio Magnani – Restarq/COMAGI- acervo STPRC/DP/DPH/SMC


Edifício Ramos, fachada, década.1990

Em primeiro plano, obras do Edifício Ramos, cercado por andaimes.
Ao fundo, Edifício Paula Sousa. Observem-se mais atrás, à esquerda, obras no complexo FATEC/ETESP São Paulo.

Foto: arq. Luiz Antonio Magnani – Restarq/COMAGI- acervo STPRC/DP/DPH/SMC


A adoção de novos parâmetros para climatização ocorreu ao longo da obra como resultado do esforço conjunto das equipes responsáveis pelos acervos. A alteração do sistema de ar condicionado resultou em modificações nas instalações elétricas e hidráulicas reprojetadas no segundo semestre de 1992. Adotaram-se ainda canaletas subterrâneas, alterando em parte a adaptação do corredor do porão. Modificações adicionais foram feitas no projeto da cabina primária e recinto do grupo motogerador; além de intervenções no edifício anexo não constante do projeto inicial.

Edifício Ramos, fachada, década.1990

Aspecto da fachada norte, detalhe do embasamento na parede externa do auditório. Esta fachada apresentava-se em situação grave, com grandes trechos desprovidos de revestimento externo.

Foto: arq. Luiz Antonio Magnani – Restarq/COMAGI- acervo STPRC/DP/DPH/SMC


O restauro das fachadas entra em fase de convite a empresas ao final de 1992. Apesar do atraso do cronograma gerado pelos motivos técnicos antes comentados, o ritmo das obras parece intenso entre março e abril de 1993. Porém, neste primeiro ano da nova administração municipal passam a ocorrer atrasos na transferência de recursos, retardando a aprovação do Termo Aditivo. Em novembro desse ano as obras são paralisadas.

Edifício Ramos, fachada, década.1990

Aspecto geral da fachada norte, vendo-se à direita
a estrutura metálica para a cabine de projeção.
Ao fundo, o edifício da Casa do Politécnico - CADOPO.

Foto: arq. Luiz Antonio Magnani – Restarq/COMAGI- acervo STPRC/DP/DPH/SMC


Edifício Ramos, fachada, década.1990

Vista interna do salão central do edifício, ocupado por andaimes utilizados na recuperação da cobertura. À direita, porta de acesso ao hall.

Foto: arq. Luiz Antonio Magnani – Restarq/COMAGI- acervo STPRC/DP/DPH/SMC


Vista interna, salão central, obras de recuperação,1991

Vista da plataforma provisória, construída durante as obras, junto à cobertura do salão central.

Foto: arq. Luiz Antonio Magnani – Restarq/COMAGI- acervo STPRC/DP/DPH/SMC


No início de 1995, o então secretário de Cultura Rodoldo Konder solicita a retomada das obras, visando a ocupação do prédio pela diretoria e parte das unidades do DPH. Propõe-se a retomada dos trabalhos pela empreiteira Comagi com um novo prazo de 180 dias. No entanto, a empresa terá o contrato rescindido ao final daquele ano por falta de acordo entre as partes.

Às ff. 2700-2702 do processo administrativo referente à obra na solicitação de termo aditivo em 3 de maio de 1995, a engenheira Laurinda Tafarello (EDIF) apresenta um resumo da situação em que se encontravam os trabalhos. É oportuna sua leitura por permitir identificar as modificações introduzidas no projeto inicial.

    10 – CONSIDERAÇÕES

    Inicialmente, os projetos de arquitetura e complementares foram elaborados de acordo com as normas internacionais de restauração subscritas pelo Brasil e, as adaptações foram projetadas de acordo com os programas fornecidos pelos usuários.

    As instalações estavam previstas
    [para serem] aparentes no subsolo, incluindo a passagem de conduites elétricos, tubulação de hidráulica e dutos de ar condicionado.

    Por ocasião da execução, verificou-se que os corredores de circulação no sub-solo, retirado o seu revestimento, apresentava
    [m] uma fatura de alvenaria de excepcional qualidade de abóboda de berço com concordâncias nas portas de entrada dos compartimentos, também apresentando a excelência do trabalho executado.

    Assim sendo, abandonou-se o partido inicial de deixar aparentes todas as tubulações que pelo seu volume causariam uma violenta agressão ao aspecto final do local. Optou-se pois, por um rebaixamento do piso da circulação, criando-se canaletas técnicas para a passagem de todos os dutos necessários, incluindo-se o esgotamento da água pluvial da cobertura superior em cobre, que desce internamente pelos condutores existentes no hall central, desaguando em tubos de captação no sub-solo.

    Posteriormente, os usuários dos ambientes “30” e toda a ala leste do sub-solo do prédio, destinados à Reserva Técnica de Manuscritos Históricos e Reserva de Negativos de Filmes, receosos de que os ambientes tivessem as suas características técnicas e de umidade insuficientes para a correta guarda desses documentos, solicitaram parecer específico de um consultor de notória especialização, que sugeriu grandes modificações no sistema de ar condicionado desses ambientes e a introdução de um gerador para impedir a falta de refrigeração adequada em caso de queda de fornecimento de energia elétrica pela Eletropaulo, isso obrigou ao rebaixamento de toda a ala leste do sub-solo em 1,50 m com tratamento especial de impermeabilização de pisos e paredes, deste modo foram executados os seguintes serviços, não previstos inicialmente:

    1. Reforço estrutural nos locais adjacentes ao solo normal remanescente (divisa lateral ao terreno, ambientes da escada de acesso ao andar térreo e de proteção ao embasamento original do edifício);
    2. Execução de lajes de pisos maciças, pelo fato de precisarem contar com grandes aberturas para o insuflamento e retirada do ar condicionado dos ambientes;
    3. Impermeabilizações por meio de mantas butílicas nos pisos e cortinas de lençol freático (que nesta região está muito próximo da superfície), impermeabilização das paredes por meio de injeções de cimentos cristalizantes para conter a umidade ascendente.


    A fim de atender às exigências da restauração e do perfeito funcionamento do condicionamento do ar dos documentos e fotos históricas, foi necessário alterar substancialmente todos os projetos de instalações elétrica, hidráulica e ar condicionado e elaborar projetos para as novas estruturas. Em vista do acréscimo de equipamentos para as novas características do condicionamento do ar, também foram aumentadas as exigências de equipamentos para a central de ar condicionado. O volume de máquinas e motores a ser protegido exigiu a execução de uma construção de grande porte, a qual para ser contida no terreno disponível precisou ser em parte enterrada, tendo que ser impermeabilizados os pisos e as paredes em contacto com o solo vizinho e executados reforços estruturais, tanto para proteção do embasamento do prédio vizinho como do prédio principal do conjunto do Edifício Ramos de Azevedo. A própria construção teve sua estrutura calculada para conter equipamentos de grandes dimensões e pesos.

    Devido à restauração, também foi necessário o aluguel de uma estrutura específica para:

    1. execução do levantamento métrico das fachadas;
    2. execução e limpeza dos revestimentos e refazimentos das argamassas em desagregação;
    3. pintura em geral do prédio;
    4. restauração da cobertura sobreelevada em cobre, ardósia e vidro, todas situadas a mais de 20m de altura, impossíveis de serem alcançadas com andaimes fachadeiros comuns;
    5. as mesmas estruturas especiais também foram usadas para a restauração das paredes e forros do hall central, cujo pé direito é de aproximadamente 20m, tendo sido necessário ainda construir a 12 m de altura uma plataforma de madeira para execução de trabalhos no forro.


    E para a Secretaria Municipal de Cultura (D.P.H.) ter condições de utilizar o referido imóvel, há necessidade de serem executados os seguintes serviços:

    1. Cobertura – Após a execução de andaimes na obra, possibilitando o acesso aos pontos mais altos, verificou-se a necessidade de restauração e reforma das coberturas sobrelevadas de cobre, ardósia e vidro, não previstas preliminarmente. Nesse sentido os serviços mencionados precisam ser executados, tendo em vista as infiltrações que estão correndo, ocasionando a deterioração dos serviços já executados.
    2. Instalações elétricas e hidráulicas – há necessidade de ligação da cabine primária, troca de lâmpadas e reatores, instalação de conjunto de motobomba e sistemas de prevenção de incêndio.
    3. Vidros­ - deverão ser colocados todo os vidros nos caixilhos do 1. e 2. pavimento possibilitando a utilização de todas as salas existentes.
    4. Fechamento – deverá ser colocado gradil de ferro para maior segurança do imóvel.

    (Processo 16.005.226.90-70, 1990, f.2700-2702)
Em janeiro de 1996, as obras são retomadas com contratação da empresa Tarumã Engenharia Ltda. Com prazo reduzido de 150 dias, as intervenções visam a finalização, permitindo a transferência dos primeiros setores do DPH ao final daquele ano.

Em novembro de 1996, restavam algumas intervenções para finalização do projeto de restauro e adaptação, conforme memorando 143/96 de Seção Técnica de Projetos, Restauro e Conservação-STPRC à diretoria da Divisão de Preservação:
  • restauração total das fachadas do Edifício Ramos de Azevedo,
  • sistema de ar condicionado: recuperação parcial de equipamento já instalado, instalação de elementos faltantes e ligação do conjunto,
  • restauração do edifício anexo,
  • restauração do piso circundante ao Edifício Ramos, e
  • instalação do elevador para deficientes físicos.





EQUIPE TÉCNICA
Projeto de restauro e reforma 'EDIFÍCIO RAMOS DE AZEVEDO': I ETAPA

DP/DPH/SMC
Divisão de Preservação: diretoria

    arquiteta
  • Leila Regina Diégoli
Seção Técnica de Projetos, Restauro e Conservação - STPRC
    arquitetos
  • Cássia Regina Carvalho Magaldi - coordenação
  • Breno Berezowsky
  • Lia Mayumi
  • Lilian Jaha
  • Marco A. Cilento Winther
  • Rosangela Martinelli Biasoli Pimenta
  • Valeria Valeri Pires

    estagiária

  • Alessandra D'Andrea


    Acompanhamento de obras - 1996

    arquitetos
  • José Rolemberg de Mello Filho
  • Olga M. B. Diniz
  • Valéria Valeri Pires
Seção Técnica de Levantamentos e Pesquisa
    historiógrafas
  • Maria Candelária Volponi de Oliveira
  • Sílvia Haskel Pereira do Nascimento
Seção Técnica de Crítica e Tombamento
    arquitetos
  • Clara D'Alembert
  • Eudes de Mello Campos Junior


Obra executiva: regime de administração contratada
  • empresa responsável
    1991-1995
    Comagi - Construções e Comércio Atayde Girardi Ltda
    (São Paulo, Manaus)

    1996 - obras suplementares
    Tarumã Engenharia Ltda

  • reforço e adaptação estrutural: projeto
    Luiz Antonio Batista Escritório Técnico S/C Ltda.

  • reforço estrutural em perfis metálicos e concreto
    Contec – Const. e Revestimentos Ltda.

  • ar condicionado: projeto
    MBS Engenharia - eng. Giovanni Sarti

  • ar condicionado
    Thermotec Eng. e Instalações Ltda.

  • instalações elétricas: projeto
    Eurico Freitas Marques S/C Ltda.

  • instalações elétricas e telefonia
    Tectel Tecnologia em Eletricidade Ltda.

  • instalações hidráulicas e combate a incêndio
    Tectel Tecnologia em Eletricidade Ltda.

  • esquadrias
    GEPAS: pesquisa histórica e restauração de bens culturais S/C Ltda. (São Vicente)

  • descupinização
    Tecnomade Consultoria e Serviços S/C Ltda.

  • restauro - fachadas
    Restauro - Ângela Marta Fraga Mota (Salvador)







Fontes documentais
DOCUMENTAÇÃO: acervo STPRC/DP/DPH/SMC
Casa da Memória Paulistana
  • Memória paulistana: acervos e pesquisas: elementos para uma redefinição de programas. São Paulo: SMC/DPH/DP/Seção Técnica de Programas de Revitalização, jun.1989. 27f.

  • Projeto A Casa da Memória Paulistana. São Paulo: SMC/DPH/DP, set.1990. 23f.



Edifício Ramos de Azevedo: restauro
  • Processo 16.005.226.90-70. PMSP, 1990. 9v. 2905f. (Restauro, reforma e adaptação do Edifício Ramos de Azevedo)

  • Projeto de restauro e reforma 'EDIFÍCIO RAMOS DE AZEVEDO': I ETAPA. São Paulo: SMC/DPH/DP/Seção Técnica de Projetos, Restauro e Conservação, [1990]. n.p. (20 pranchas)

  • Relatório de diagnóstico e especificações de serviços de restauro das fachadas. São Paulo: SMC/DPH/DP/STPRC, jan.1990. n.p.

  • Restauração de esquadrias: relatório final de serviços. São Vicente: GEPAS: pesquisa histórica e restauração de bens culturais S/C Ltda, jun.1991. n.p.



BIBLIOGRAFIA (veja segmento HISTÓRICO)
  • DIÉGOLI, Leila Regina, MAGALDI, Cassia. A Casa da Memória paulista. AB: ARQUITETURA DO BRASIL, Rio de Janeiro, (19): 160-168, 1992.


Para citação adote:

Edifício Ramos de Azevedo, 1991: primeiro restauro. INFORMATIVO ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL, 4 (19): nov/dez.2008 <http://www.arquivohistorico.sp.gov.br>

 
EXPEDIENTE

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edição de texto
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