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PMSP/SMC/DPH
São Paulo, maio/junho de 2006
Ano 1 N.6


Edição temática














Números anteriores:

01 (jul/ago)
02 (set/out)
03 (nov/dez)
04 (jan/fev)
05 (mar/abr)

Esportes e história: falando de futebol

O futebol e tudo que o cerca marcam o tom das conversas nos dois próximos meses. A presente edição do Informativo Arquivo Histórico Municipal aproveita para discutir o eventual potencial do fundo documental sob custódia da instituição para investigações no mundo do esporte, procurando ampliar a imagem usual do AHMWL até mesmo para a comunidade regular de pesquisadores visitantes.

Assim, além de uma bibliografia de livros sobre o tema disponíveis no acervo, são apresentados documentos relacionados aos primeiros estádios da cidade de São Paulo. Este esforço é complementado pela colaboração da socióloga Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes, funcionária da Seção Técnica de Levantamentos e Pesquisas, da Divisão de Preservação/DPH/SMC, que comenta a edificação de um dos mais antigos monumentos paulistanos dedicado ao futebol.


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  • BIBLIOTECA

  • Neste número do Informativo eletrônico dedicado ao futebol, em razão da Copa do Mundo que em breve se realizará, a Biblioteca do AHMWL reúne abaixo as obras de seu acervo concernentes ao assunto, paixão de tantos milhões de brasileiros.


    FUTEBOL
    • ÁLBUM do Centenário: 1899-1999: Esporte Clube Pinheiros. São Paulo: 1999. 103 p.
    • AMARAL, Luiz Fernando do. Minhas reminiscências no Club Atlético Paulistano. São Paulo: [s. n.], 1977, 148 p.
    • AMERICANO, Jorge. São Paulo atual (1935-1962). São Paulo: Melhoramentos, 1963. 373 p.
    • ______. São Paulo naquele tempo (1895-1915). Saraiva, 1957. 493 p.
    • ANTUNES, Fátima M. R. F. “Com brasileiro, não há quem possa”: futebol e identidade nacional em José Lins do Rego, Mário Filho e Nelson Rodrigues. São Paulo: Unesp, 2004. 301 p.
    • ______. “Do velódromo do Pacaembu: o movimento esportivo em São Paulo e a trajetória do Futebol. Cidade – Revista do Departamento do Patrimônio Histórico/SMC, ano cinco, n. cinco, jan. 1998.
    • ARQUIVO DO ESTADO (SP). Arquivo em imagens, número 2. São Paulo, [ca.1999]. 176 p. (Série Última Hora: Futebol)
    • BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Club Atlético Paulistano: o corpo e a alma de um clube centenário. São Paulo: DBA, 2000. 143 p.
    • BRUNO, Ernani Silva. Histórias e tradições da cidade de São Paulo. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1984. 3 v.
    • CADERNOS Cidade de São Paulo: estádios. 2. ed. São Paulo: ICI, 1994, 41 p.
    • DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo. A vida fora das fábricas: cotidiano operário em São Paulo: 1927-1934. Dissertação (Mestrado) - Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – Unicamp, 1983.
    • ESTÁDIO Municipal de São Paulo: catálogo-programa dos festejos inaugurais, 16-3-1940.
    • ISTO É São Paulo: 104 flagrantes da capital bandeirante. 3. ed. São Paulo, [ca.1952]. [86 p.]
    • KFOURI, Juca. A emoção Corinthians. São Paulo: Brasiliense, 1983. 77 p.
    • MARTINS, Luis (Org.). Brasil, terra e alma: São Paulo. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1967. 223 p.
    • MEIHY, José Carlos Sebe Bom; WITTER, Sebastião (Org.). Futebol e cultura. São Paulo: Imesp, 1982. 119 p.
    • MIRANTE, Nicanor. “O estádio municipal”. Revista do Arquivo Municipal – Departamento de Cultura, ano 3, v. 35, maio 1937 .
    • MORENO, Julio. Memórias de Armandinho do Bixiga. São Paulo: Senac, 1996. 239 p.
    • NAVARRO, Newton. Futebol. São Paulo: Arquivo do Estado; Imesp, 1982.
    • PACAEMBU. São Paulo: Prefeitura, 1999. Exposição realizada na Oficina Cultural Osvald de Andrade, São Paulo, junho 1999.
    • SALVADORI, Maria Ângela. Cidades em tempos modernos: coletânea de estudos: São Paulo e Rio de Janeiro nos anos 20 e 30. São Paulo: Atual, 2001. 39 p.
    • SÃO PAULO 450 anos. São Paulo: IMS, 2004. 491 p.
    • VIANA, Alceu de Melo. Germania, Pinheiros: IX décadas. São Paulo: Alameda, 1992. 99 p.
    • WITTER, Sebastião. O que é futebol? São Paulo: Brasiliense, 1990. 68 p.

    LIVROS E TESES RECEBIDOS

    • ARTIGAS, João Batista Vilanova. Caminhos da arquitetura. 4. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2004. 238 p.
    • CAMPOS, Candido Malta; SIMÕES JUNIOR, José Geraldo (Org.) Palacete Santa Helena: um pioneiro da modernidade em São Paulo. São Paulo: Senac; Imesp, 2006. 251 p.
    • COSTA, Helouise; SILVA, Renato Rodrigues da. A fotografia moderna no Brasil. São Paulo: Cosac Naify, 2004.221 p.
    • CYTRYNOWICS, Roney. Guerra sem guerra. São Paulo: Geração Editorial; Edusp, 2000. 435 p.
    • D’AVILA, Luiz Felipe. Dona Veridiana. São Paulo: A Girafa Editora, 2004. 471 p.
    • FERREIRA, Cacilda Maria Decoussau Affonso. Se essa rua fosse minha. São Paulo: A Girafa Editora, 2004. 383 p.
    • LOFEGO, Silvio Luiz. IV Centenário da Cidade de São Paulo: uma cidade entre o passado e o futuro. São Paulo: Annablume, 2004. 207 p.
    • MEY, Eliane Serrão Alves. Não brigue com a catalogação! Brasília: Briquet de Lemos/Livros, 2003. 186 p.
    • PORTELA, Fernando. São Paulo 1860-1960: a paisagem humana. São Paulo: Terceiro Nome; Louveira : Albatroz, 2004. 256 p.
    • A PINACOTECA do município de São Paulo: coleção de arte da cidade. São Paulo: Banco Safra, 2005. 355 p.
    • PUGLIESE, Maria Helena. Carlos Bratke: arquitetura. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. 141 p.
    • VELTMAN, Henrique. A história dos judeus em São Paulo. 2. ed. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1996. 141 p.

    PERIÓDICOS RECEBIDOS

    • ARQUIVO & ADMINISTRAÇÃO. Rio de Janeiro: Associação dos Arquivistas Brasileiros, v. 4, n. 1, jan./jun. 2005.
    • BRAVO. São Paulo: Abril, ano 9, abr. 2006.
    • FINESTRA. São Paulo: Arco Editorial, n. 44, jan./fev./mar. 2006.
    • NOTÍCIA BIBLIOGRÁFICA E HISTÓRICA. Campinas: Puc Campinas, n. 198, jul./set. 2005.
    • REVISTA ÂNGULO. Lorena: Centro Cultural Teresa D’ávila, n. 103, jul, dez. 2005.
    • REVISTA DE HISTÓRIA REGIONAL.Ponta Grossa: UEPG, v.8, n.1, 2003.
    • ______. Ponta Grossa: UEPEG, v.8, n. 2, 2003.
    • REVISTA UNICSUL. São Paulo: Universidade Cruzeiro do Sul, n. 12, jun. 2005.
    • URBS. São Paulo: Viva o Centro, n. 40, mar./abr. 2006.




  • LOGRADOUROS

  • O Parque São Jorge e o Corinthians

    Entre os quase 60 mil logradouros públicos existentes em nossa cidade – e aqui incluindo todas as ruas, praças, avenidas e viadutos –, muitos deles têm a denominação vinculada aos esportes em geral e ao futebol em particular. Destes últimos, poderíamos citar a Praça Charles Miller, no Pacaembu; a Av. Jules Rimet, no Morumbi; a Rua Federação Paulista de Futebol, na Barra Funda; a Rua Sociedade Esportiva Palmeiras e Rua Palestra Itália, as duas no Jardim Ângela, entre outros exemplos.

    Não obstante essas homenagens, outros locais da cidade passaram, informalmente, a serem identificados com times de futebol e, nesta situação, podemos citar o caso do Morumbi, onde se encontra o estádio do São Paulo F.C.; a Água Branca, que abriga a sede do Palmeiras, bem como o Canindé, local onde está edificado o estádio da Portuguesa.

    Entretanto, nenhum outro time de futebol paulistano recebeu tanta influência do bairro onde está localizado quanto o Corinthians. De tal maneira eles estão associados que, atualmente, o Parque São Jorge subsiste quase que como um sinônimo de Corinthians; o santo, por sua vez (no caso São Jorge), foi mesmo adotado como o padroeiro do time e dos torcedores, com direito, até, a uma capela no parque esportivo do clube. Mas, como se deu o “casamento” entre o clube e o santo? Ou, em outras palavras, como ocorreu o encontro entre o Corinthians e o Parque São Jorge? Os mais curiosos poderiam ainda perguntar: quem chegou primeiro ao local, o Corinthians ou São Jorge? Esta e outras perguntas serão respondidas a partir de agora com base em documentos ainda inéditos e que fazem parte do acervo do Arquivo Histórico Municipal. Vamos acompanhar.

    De acordo com a história divulgada pelo clube, sabemos que o Corinthians foi fundado em 1910 no bairro do Bom Retiro. Seu primeiro campo, de terra, localizava-se na Rua José Paulino, antiga Rua dos Imigrantes. Em 1918, a agremiação transferiu-se para as imediações da Ponte Grande, atual Ponte das Bandeiras, na região conhecida como Floresta, em terreno doado pela Prefeitura. Aí os corintianos construíram seu segundo campo, agora já com o nome de estádio.

    O Parque São Jorge

    Ao mesmo tempo que o Corinthians se mudava e construía um novo campo no Floresta, do outro lado da cidade uma pequena rua começava a nascer. Era a rua São Jorge, cujo traçado inicial não incluía mais do que um quarteirão, conforme ficou registrado num antigo mapa da cidade de 1916 (veja abaixo).

    Mapa 1916
    A região entre a Avenida Celso Garcia e o Rio Tietê (destacado em azul) em 1916. Observem a pequena Rua São Jorge, aqui com destaque em vermelho e, na continuidade, algumas das trilhas que seguiam para a várzea.
    Fonte: Prefeitura do Município de São Paulo, Mapa da cidade de 1916.


    Conforme pode ser observado, o bairro ou o loteamento do Parque São Jorge ainda não existia. Grande parte dessas terras, porém, já pertencia aos industriais Assad Abdalla e Nagib Sallem, que chamavam o local de Fazendinha.

    No ano seguinte, em 1917, algumas ruas começaram a ser abertas no local e, tudo leva a crer, sem qualquer projeto aprovado. Sabemos disso porque, no mesmo ano, alguns fiscais da Prefeitura alertaram para este problema, ocasião em que os proprietários foram convocados para apresentar um plano que seria analisado pelos órgãos competentes.Uma vez tudo de acordo, o novo loteamento – ou um novo bairro – começou a ser aberto em São Paulo. Era o Parque São Jorge, cujo nome foi inspirado naquela primeira ruazinha apontada em 1916.

    De fato, os loteadores aproveitaram essa importante referência hagiológica e, ao lado da Rua São Jorge (que foi prolongada), surgiram as Ruas Santo Elias, São Felipe, Santa Maria, Santa Catarina e Santa Elvira. Eram, portanto, em número de seis as primeiras ruas do Parque São Jorge (veja o projeto abaixo). O loteamento foi definitivamente aprovado através do Ato nº 1.191, de 31 de dezembro de 1917. Por esse mesmo dispositivo, os logradouros foram entregues ao trânsito público. Em outras palavras, o bairro ou o Parque São Jorge, foi "inaugurado" no dia 31/12/1917, sendo o Ato nº 1.191 a sua certidão de nascimento.

    Mapa 1917
    Projeto original do Parque São Jorge. No destaque (em vermelho), a Rua São Jorge.
    Fonte: Arquivo Histórico Municipal, Processo nº 193, de 1917.


    No projeto do loteamento é interessante notar ainda a existência de um espaço denominado Praça de Sports, e isto nas proximidades da Várzea do Rio Tietê. Posteriormente, essa seria a área destinada ao Corinthians.


    O Parque São Jorge e o Corinthians

    Não temos informações seguras a respeito da completa implantação da referida Praça de Sports pelos empresários Nagib Salem e Assad Abdalla. Sabemos, entretanto, que por volta de 1925 aí já existia um centro esportivo utilizado pelo E.C. Sírio, composto de um campo com arquibancadas, uma pista de atletismo, além de algumas quadras para a prática de tênis.

    Data dessa mesma época o início das negociações entre o Corinthians, representado pelo seu então presidente Ernesto Cassano, e os citados empresários para a aquisição daquelas instalações para o clube. O preço exigido, 750 contos de réis, era alto, mas foi pago em prestações por um período de dez anos.

    A mudança para o Parque São Jorge ocorreu em 1926 e o estádio, após alguns melhoramentos, foi inaugurado no dia 22 de julho de 1928. Pouco depois, o então presidente Alfredo Schuring promoveu outras benfeitorias, motivo pelo qual o estádio leva o seu nome. Na década de 1930, o Corinthians já estava consolidado no local, conforme pode ser observado pelo mapa abaixo.

    Mapa 1930
    Detalhe do Mappa Topographico do Municipio de São Paulo, de 1930. Reparem no estádio referendado como S. C. Corinthians Paulista, nas proximidades do Rio Tietê.
    Fonte: Arquivo Histórico Municipal, mapa editado pela Prefeitura do Município de São Paulo com dados levantados pela empresa SARA Brasil, 1930.


    Luís Soares de Camargo



    Referências:

    Para a elaboração deste texto, além dos documentos custodiados pelo Arquivo Histórico Municipal, foram consultadas as seguintes páginas na Internet:
    http://www.sccorinthians.com.br
    http://www.timaoweb.com.br
    http://www.corintimao.com.br

    Serviços: A Seção Técnica de Logradouros é responsável pela pesquisa e orientação aos interessados sobre nomes de logradouros paulistanos. A documentação está disponível para consulta através do atendimento ao público.
    Conheça também o site Dicionário de ruas (parceria AHMWL e Plamarc), onde através de um banco de dados é possível realizar pesquisas sobre denominações de logradouros paulistanos.


  • MANUSCRITOS

  • O Parque Antarctica

    No ano de 1902 a Companhia Antarctica Paulista, através de seu sócio-majoritário Antônio Zerrener, propôs aos demais integrantes do quadro diretivo que a fábrica trocasse sua sede na Água Branca por um terreno na Mooca, visando o futuro crescimento da empresa. A proposta foi aceita e o local com mais de 300 mil metros quadrados situado na antiga Avenida Água Branca, atual Francisco Matarazzo, ficou então vazio.

    A seguir, a empresa decidiu transformar o local da fábrica original em área de lazer aberta ao público, e assim ele foi batizado: Parque da Companhia Antarctica Paulista. Foi lá que passaram a se instalar os circos e os parques de diversão que visitavam a cidade e foi para lá que se mudaram os artistas mambembes. O parque era também freqüentado pela sociedade paulistana da época, que nos fins-de-semana ia em busca de lazer nos quiosques especialmente criados para a realização de pic-nics.

    Mas o lugar também era ideal para a prática de um esporte que dava seus primeiros passos no Brasil: o futebol. Foi no Campo da Antarctica Paulista que aconteceu a primeira partida da história do Campeonato Paulista, disputada em 3 de maio de 1902. O resultado da peleja foi Mackenzie 2 x Germânia 1.

    Em 27 de janeiro de 1906 a Companhia Antarctica Paulista entrou com um requerimento na Diretoria de Obras da Prefeitura Municipal, visando reconstruir o pórtico de entrada do parque:
      Diz a Companhia Antarctica Paulista que, precisando construir um telheiro de 5 metros de comprimento na entrada para o Parque Antarctica, conforme a planta inclusa, vem respeitosamente requerer a vossa necessaria approvação e por ser de justiça pede deferimento.

      Trecho do Requerimento enviado pela Companhia Antártica Paulista à Secretaria de Obras da PMSP em 27 de Janeiro de 1906. Fundo: PMSP, Série: Diretoria de Obras e Viação, acervo da Seção Técnica de Manuscritos do Arquivo Histórico Municipal “Washington Luís”.
    Abaixo, o desenho original da nova entrada do Parque Antártica:

    Projeto Cia Antartica Paulista, 1906

    Desde a transformação da área em parque, a equipe do Palestra Itália, hoje Sociedade Esportiva Palmeiras, passou a realizar seus jogos no campo da Antarctica. No final dos anos 1910, o campo foi alugado ao América, equipe paulistana da época, até que em abril de 1920 o Palestra Itália comprou o parque, não sem ajuda do Conde Francisco Matarazzo. Este, ao pagar uma parcela da dívida com a Antarctica, acabou por adquirir parte do terreno onde se instalariam algumas das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo – IRFM, até mesmo sua sede central.

    Na década de 1930 o Parque Antarctica sofreu a primeira reforma. E em 1958 passou a se chamar Estádio Palestra Itália, em homenagem ao antigo nome do clube, que havia sido modificado em 1942 em virtude do fato de a Itália ter passado a ser inimiga do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial.


    Guido Gustavo Venturini Flud Alvarenga


    Obras de referência consultadas:

    ARAÚJO, José Renato de Campos. Imigração e Futebol: O Caso Palestra Itália. São Paulo: IDesp, 2000.

    BRUNO, Ernani Silva. Histórias e Tradições da Cidade de São Paulo. 3 ed. São Paulo: Hucitec, 1984.
    DUARTE, Orlando. Histórias dos Esportes. São Paulo: Senac,1998.


    Serviços: A Seção Técnica de Manuscritos atende de segunda-feira à sábado, das 9 às 17 horas.


  • ESTUDOS & PESQUISAS

  • Um monumento aos Reis do Futebol


    A Europa curvou-se ante o Brasil:
    7 a 2
    3 a 1
    A injustiça de Cette
    4 a 0
    2 a 1
    2 a 0
    3 a 1
    E meia dúzia na cabeça dos portugueses.


    Oswald de Andrade


    Entre as muitas surpresas que São Paulo reserva aos curiosos e amantes da história da cidade, encontra-se o primeiro monumento construído em homenagem às conquistas internacionais do futebol brasileiro. Implantado na Praça Dionísio de Carvalho, em frente à sede do Club Athletico Paulistano (CAP), o monumento às “Vitórias Esportivas na Europa” relembra o sucesso de sua equipe na célebre excursão de 1925.

    Monumento Comemorativo, frontão
    Projeto do monumento em comemoração às Vitórias Esportivas na Europa, de Wasth Rodrigues, publicado no jornal O Estado de S.Paulo de 25 de setembro de 1925.


    Projetado por José Wasth Rodrigues e executado por Roque de Mingo, consiste num “banco monumental” em alvenaria, granito e bronze, com espaldar alto e ornamentos no estilo neocolonial brasileiro. No espaldar, uma grande placa de bronze traz a inscrição:
      Ao Club Athletico Paulistano e o belo corpo de vencedores por ele enviado à Europa, onde deixou exemplares provas das energias e do cavalheirismo da mocidade paulista, o povo de São Paulo oferece para que o estímulo permaneça.
    Uma coluna com uma esfera armilar de bronze, no alto, símbolo adotado por Portugal desde a época de Dom Manuel, o Venturoso, é circundada pelo banco. Nas quatro faces da coluna, figuram a Cruz de Cristo, símbolo do Brasil no período colonial, os escudos do Reino Unido e do Império e as armas da República. O artista usou símbolos políticos para expressar o caráter diplomático do grande feito do Club Athletico Paulistano em 1925.

    Monumento Comemorativo, coluna
    Coluna integrante do monumento em comemoração às Vitórias Esportivas na Europa, de Wasth Rodrigues, publicado no jornal O Estado de S.Paulo de 25 de setembro de 1925.


    Era a primeira vez que uma equipe brasileira se apresentava em campos europeus. Os franceses já conheciam argentinos e uruguaios, estes últimos, campeões nos Jogos Olímpicos de Paris em 1924, e fizeram comparações em relação à técnica e à habilidade dos brasileiros. Araken Patusca, um dos integrantes da delegação, narrou em detalhes as peripécias do grupo no livro Os reis do futebol. Foram 43 dias, entre março e abril, em campos franceses, suíços e portugueses. De um total de 10 jogos, o Paulistano venceu nove vezes e sofreu apenas uma derrota, contra o time da cidade de Cette, na França. Dos excursionistas, Friedenreich foi o que mais se destacou no futebol daqueles tempos.

    Antônio Prado Jr., presidente do seleto Paulistano, havia tempos sonhava levar sua equipe para a Europa. Queria mostrar o valor do nosso futebol, fazer “propaganda” do Brasil num período de crescimento industrial e, sobretudo, defender a manutenção do futebol enquanto prática esportiva amadora. Desde o início dos anos 20, tornara-se opositor ferrenho do profissionalismo, adotado por vários clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em suas declarações à imprensa francesa, Antônio Prado enfatizava o caráter amador do Paulistano e esclarecia que as despesas estavam sendo pagas por ele e com a arrecadação das bilheterias dos jogos.

    Por sua habilidade diferenciada, os brasileiros foram aclamados Reis do Futebol pelos jornais franceses. O sucesso do Paulistano correu o Brasil. Jornais de São Paulo trataram a excursão como uma epopéia paulista e os jogadores como bandeirantes, cujo papel era desbravar o território europeu em nome do esporte brasileiro.

    Durante a viagem, Antônio Prado Jr. foi saudado pelo Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Raphael Gurgel, em nome dos vereadores paulistanos, “pelas brilhantes victorias alcançadas, naquella capital [Paris], pelos esportistas brasileiros.” (Annaes da Camara Municipal de São Paulo, 1925. São Paulo: Ferrari & Losasso. 13a Sessão Ordinaria em 28 de março, p. 407).

    Prado Jr., em resposta, agradeceu o apoio recebido pela Câmara Municipal e enfatizou seu objetivo:
      Nesta “tournée” que fazemos, de propaganda do Brasil, de São Paulo, portanto, muito nos anima saber que a Camara Municipal se interessa pelo que fazemos no extrangeiro e nos sentimos estimulados a novos e maiores esforços, afim de corresponder plenamente a este interesse, que conhecemos ser todo de sympathia e de amizade. (Carta de Antonio Prado Jr. a Raphael Gurgel, datada de 4 de abril de 1925. Acervo Museu do Club Athletico Paulistano).
    No dia 27 de abril de 1925, o Paulistano voltou à pauta dos vereadores. Desta vez, considerando um pedido da Associação dos Cronistas Esportivos, discutiam se a Câmara Municipal deveria contribuir com cinco contos de réis para as despesas com a recepção dos “destemidos paulistas, que, na Europa, tão alto elevaram o nome do Brasil”. L.A. Pereira de Queiroz se manifestou com entusiasmo, em favor da doação:
      [...] conhecendo e acompanhando, pari passu, o desenvolvimento physico da nossa mocidade, eu sei da somma de esforços despendidos por essa pleiade de jovens e da dedicação dos seus directores, principalmente do presidente do Club Athletico Paulistano, o nosso patricio, Sr. Antonio Prado Junior, que não mediu esforços e sacrificios para que o bom nome de São Paulo tivesse o brilho com que acaba de ser coroado no extrangeiro. (Annaes da Camara Municipal de São Paulo, 1925. São Paulo: Ferrari & Losasso. 17a Sessão Ordinaria em 27 de abril. pp.616-617)
    De volta ao Brasil, em maio de 1925, a delegação do CAP foi recebida por autoridades no porto do Recife, aclamada pela multidão nos portos de Salvador e Rio de Janeiro e homenageada pelo Presidente da República, Arthur Bernardes, no Palácio do Catete. Mas nada disso se comparou com sua chegada a São Paulo. No desembarque em Santos, milhares de pessoas saudaram os atletas. Quando finalmente chegaram à Estação da Luz, uma grande festa começou. Na plataforma de desembarque, eram aguardados pelo Prefeito Firmiano Pinto, pelo Presidente da Câmara Municipal, os cônsules do Chile e Alemanha, diretores do Centro Acadêmico XI de Agosto e do Grêmio Politécnico.

    Um grande cortejo acompanhou os jogadores pelas ruas da cidade, até chegarem à sede do Paulistano, na Rua Colômbia. Dos prédios e residências, a população saudava os heróis com bandeiras e acenos. Para facilitar a passagem da multidão, os trajetos dos bondes foram alterados. As homenagens continuaram nos dias que se seguiram. Poesias, marchinhas, fox-trots e sambas foram compostos em homenagem ao Paulistano. Entidades estudantis organizaram uma grande passeata, a Marcha dos Archotes, que partiu do Vale do Anhangabaú e seguiu pelas ruas do centro da cidade até a Praça da Sé.

    É provável que a idéia da construção de um monumento tenha surgido nessa marcha. Uma subscrição pública organizada pelo jornal O Estado de S. Paulo mobilizou a cidade e, em poucos dias, chegou-se à soma de mais de 30 contos de réis.

    O monumento foi inaugurado em 1927, mas, dois anos depois, absolutamente desgastado com a polarização entre amadorismo e profissionalismo, o departamento de futebol do Paulistano foi extinto. Sem representação no futebol profissional, aquela primeira aventura do Paulistano e do futebol brasileiro, hoje comparável à conquista de uma Copa do Mundo, acabou ofuscada por tantas conquistas que vieram depois.

    Monumento Comemorativo, situação atual
    O monumento às Vitórias Esportivas na Europa, na Praça Dionísio de Carvalho, em frente à sede do Club Athletico Paulistano, São Paulo.
    Foto de Beto Pinheiro.


    O monumento às Vitórias Esportivas na Europa integra o acervo de obras de arte e monumentos pertencentes à municipalidade de São Paulo, sob responsabilidade do Departamento do Patrimônio Histórico.


    Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes
    socióloga
    STLP–Divisão de Preservação/DPH


    Fontes e bibliografia

    AMARAL, Luiz Fernando do. Minhas reminiscências no Club Athletico Paulistano. São Paulo: Gráfica A Americana, 1977.

    ANNAES DA CAMARA MUNICIPAL DE SÂO PAULO, 1925. São Paulo: Ferrari & Losasso.
    BRANDÃO, Ignacio de Loyola. Club Athletico Paulistano. São Paulo: DBA, 2000.

    CALDAS, Waldenyr. O pontapé inicial. Memória do futebol brasileiro. São Paulo: IBRASA, 1990.

    Club Athletico Paulistano. Excursão á Europa. Álbum no 2. 1925. Acervo Museu do Club Athletico Paulistano.

    Club Athletico Paulistano. Um monumento commemorativo as victorias esportivas na Europa. O Estado de S.Paulo, 25.9.1925.

    COSTA, Alexandre. O tigre do futebol. Uma viagem nos tempos de Arthur Friedenreich. São Paulo: DBA, 1999.

    PATUSCA, Araken. Os Reis do Futebol. São Paulo: Bentivegna Editora, 1976.

    PRADO, Décio de Almeida. Seres, coisas, lugares. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.






  • INTERCÂMBIO

  • NOTÍCIAS

    Nova direção
    No início de abril, a arquiteta Maria Sampaio Bonafé assumiu a chefia da Seção Técnica de Intercâmbio, que tem como objetivos, entre outros, a difusão do Arquivo Histórico Municipal Washington Luís, a troca de experiência entre instituições afins e a busca de parcerias com órgãos de governo e com a iniciativa privada.
    Seção Técnica de Intercâmbio: 011-3326-1010 ramais 2063 e 2024
    e-mail: mbonafe@prefeitura.sp.gov.br



    Projeto A cidade de São Paulo e sua arquitetura
    Depois de mais de um ano de dedicado trabalho da equipe da Seção Técnica de Intercâmbio com o Departamento de História da FAUUSP, representado pela Profa. Dra. Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, foi encaminhado à FAPESP o projeto Arquivo Histórico Municipal Washington Luís – A cidade de São Paulo e sua arquitetura, cujo propósito é informatizar parte da série Edificações Particulares e o Fundo Particular Severo e Villares, pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico Municipal.

    Cerca de 70.000 documentos merecerão tratamento arquivístico adequado – descrição documental em catálogo informatizado e reprodução digitalizada dos desenhos, com o intuito de facilitar sua consulta e preservação. E muitas novas linhas de pesquisa em história da arquitetura e desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo poderão nascer como resultado dessa parceria entre a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e o Arquivo Histórico Municipal Washington Luís.



    Projeto Restauração e informatização da documentação dos cemitérios públicos de São Paulo
    Buscando cumprir duas de suas principais atribuições, que são conservar e divulgar o acervo sob sua guarda, o AHMWL enviou no último bimestre à Caixa Econômica Federal e ao BNDES, através da Seção Técnica de Manuscritos, o projeto Restauração e informatização da documentação dos cemitérios públicos de São Paulo.

    Trata-se de importante projeto de recuperação e informatização de 110 volumes encadernados pertencentes ao grupo documental Serviço Funerário Municipal. Tem por objetivo agilizar o acesso aos 411.200 registros de sepultamento dos três mais antigos cemitérios paulistanos: Consolação, Araçá e Brás, no período de 1858 a 1941. A recuperação dessa documentação facilitará a obtenção das informações necessárias para as tramitações processuais em diversas instituições públicas e privadas e possibilitará o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à cidade de São Paulo. Exemplo disso está na possibilidade de compreensão dos movimentos imigratórios e migratórios, e também, na diferenciação do espaço físico-geográfico ocupado por cidadãos de diferentes condições socioeconômicas na virada do século XX. O levantamento quantitativo e qualitativo das causas das mortes nesse período, ao levar em consideração todas as informações contidas nos textos desses registros, poderá ainda subsidiar o direcionamento das gestões públicas na área de saúde, higiene e qualidade de vida.
    Texto de Thaís Lima dos Reis.


    Evento
    Está agendada para abertura em 13 de maio, no edifício anexo ao Arquivo Histórico Municipal Washington Luís, a exposição Bolhas Urbanas, da artista plástica Sonia Guggisberg, artista que expôs seu trabalho durante a Virada Cultural no Vale do Anhangabaú (2005).

    Segundo Sonia, “as Bolhas Urbanas questionam o vazio interior, a superficialidade do mundo contemporâneo e a asfixia da pressão imposta pela sociedade. A instalação será feita com infláveis em grandes formatos, confeccionadas industrialmente em PVC cristal (transparente) e montadas com água e ar. Cada obra mede 12m de comprimento por 4 de largura”.





  • RESTAURO EM PAPEL

  • Bens arquivísticos: a Carta de Conservação e Restauração dos Objetos de Arte e Cultura, de 1987

    Ao longo do século XX, com a crescente valorização da noção de patrimônio histórico, as questões relativas à restauração e conservação de bens culturais foram objeto de pesquisas, seminários, congressos e definição das diretrizes de atuação por parte de especialistas de diversas áreas do conhecimento. Cartas internacionais, decretos e códigos de ética profissional foram elaborados, sobretudo na Europa, diretamente atingida por três grandes catástrofes: as duas guerras mundiais e a enchente de Florença (1966).

    As primeiras manifestações, voltadas particularmente para o patrimônio edificado, buscavam sintetizar e aperfeiçoar as teorias de restauração, elaboradas no século anterior. A Carta de Atenas (1931), da Sociedade das Nações, por exemplo, foi o primeiro documento internacional a se dedicar aos princípios gerais e às doutrinas concernentes à proteção dos monumentos históricos e/ou artísticos.

    Outro documento internacional de grande importância foi a Carta de Veneza (1964), que reexaminou os princípios fundamentais da Carta de Atenas de 1931, aprofundando-os e dotando-os de maior alcance.

    A Carta do Restauro de 1972, documento do Ministério da Instrução Pública do governo da Itália, estabeleceu normas rigorosas e detalhadas a serem aplicadas na restauração de obras de arte, entendendo-se essa expressão em sua acepção mais ampla: desde monumentos arquitetônicos, conjuntos de edifícios de interesse monumental, histórico e ambiental, pinturas e esculturas, parques e jardins, “decorações conservadas em sua disposição tradicional” até vestígios arqueológicos.

    A Carta de Conservação e Restauração dos Objetos de Arte e Cultura, de 1987, por sua vez, coordenada pelo italiano Paolo Marconi, além de renovar, integrar e substituir os princípios da Carta de 1972, expôs, pela primeira vez, as diretrizes para a conservação de livros e documentos arquivísticos, foco do nosso interesse.

    O conteúdo do Anexo F, referente à conservação e restauração dos bens arquivísticos, será sintetizado a seguir:
    1. A restauração dos documentos de arquivo só deve ser realizada quando as informações neles contidas estiverem ameaçadas pela degradação do suporte.
    2. Todas as intervenções nos documentos devem ser justificadas e submetidas à aprovação dos dirigentes da instituição, acompanhadas de: análise das causas da degradação, descrição das características físicas, documentação fotográfica e proposta detalhada de trabalho (etapas, metodologia, equipamentos, produtos e materiais a serem utilizados).
    3. Os procedimentos realizados com o objetivo de restaurar e conservar documentos devem:
      • garantir a integridade das informações neles contidas;
      • ser perceptíveis (no caso de reintegrações);
      • ser reversíveis;
      • salvaguardar a sua originalidade, respeitando a forma, a estrutura, o suporte e as demais especificidades;
      • eliminar os acréscimos feitos no decorrer do tempo, que tenham alterado de forma abusiva a sua originalidade. Os elementos eliminados poderão ser conservados desde que constituam testemunhos significativos da história dos documentos em questão;
      • ser realizadas por profissionais qualificados e em laboratórios devidamente equipados.
    4. Não é permitido reintegrar os caracteres gráficos apagados.
    5. Após a restauração, as condições de conservação definidas pela instituição, deverão ser escrupulosamente respeitadas.
    No próximo Informativo serão abordadas as diretrizes da Carta de l987 para a conservação e restauração de livros.


    Maria Isabel Garcia


    DICA: no site do projeto CPBA - http:www.cpba.net - estão disponíveis informes sobre o tema




  • CCAD

  • CCAD: atividades no período

    Foi realizada em 08.03.2006 na sede do AHMWL a reunião conjunta da CCAD com as Comissões Setoriais de Avaliação de Documentos (CSA) das secretarias de Negócios Jurídicos, de Educação e de Esportes, cuja pauta teve como destaque a discussão sobre critérios para definição das respectivas Tabelas de Temporalidade.

    No mesmo mês, através da Portaria 997, de 15 de março de 2006, foram nomeados os membros da CSA da Secretaria do Governo Municipal, ato publicado no DOC, de 16.03.2006.





  • LINKS APOIO





  • Mapa de localização
    Mapa de localização AHMWL

    Serviços: Visita Monitorada - O Edifício Ramos de Azevedo, projetado pelo escritório técnico de Ramos de Azevedo, foi inaugurado em 17 de abril de 1920 para receber os cursos de eletrotécnica e mecânica da Escola Politécnica. A partir de dezembro de 1999 tornou-se sede do Arquivo Histórico Municipal Washington Luís (DPH), da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.


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    DPH

    Cidade de São Paulo

    Gilberto Kassab
    Prefeito da Cidade de São Paulo

    Carlos Augusto Calil
    Secretário de Cultura

    José Roberto Neffa Sadek
    Secretário Adjunto

    Paulo Rodrigues
    Chefe de Gabinete

    Walter Pires
    Departamento do Patrimônio Histórico

    Liliane Schrank Lehmann
    Divisão do Arquivo Histórico Municipal "Washington Luís"