Informativo AHML logotipo
 
PMSP/SMC/DPH
São Paulo, setembro/outubro de 2005
Ano 1 N.2


Edição temática









Número anterior

Independência

Em 1822 São Paulo contava com 6.920 habitantes na área urbana. As ruas mais habitadas da Paulicéia eram então as do Rosário, a Direita, a do Comércio e a de São Bento.

Neste número do informativo eletrônico vamos relembrar que independência foi essa que - através de um processo singular, sem participação popular, nem autonomia real - teve seu início na cidade de São Paulo.

Mapa e acessos
Horários de funcionamento
Links




  • BIBLIOTECA

  • BIBLIOGRAFIA SOBRE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

    Aproveitando o transcorrer do mês de setembro, a Biblioteca lista nesta edição do Informativo obras de seu acervo de algum modo referentes à Independência do Brasil:



    • ACCLAMAÇÃO e coroação do Principe D. Pedro I: primeiro Imperador constitucional do Brasil: Fac-similes dos documentos do Senado da Camara do Rio de Janeiro. v. 1.
    • AMBROGI, Renato. Relatos históricos do Ipiranga. São Paulo: Rumo, 1982. 103 p.
    • AMARAL, Brenno Ferraz do. José Bonifácio. São Paulo, Martins, 1968. 200 p.
    • ARMITAGE, João. A historia do Brazil: desde o periodo da chegada da familia de Bragança em 1808 até a abdicação de D. Pedro I em 1831, compilada á vista dos documentos publicos e outras fontes originaes formando uma continuação da Historia do Brazil de Southey. 2.ed. São Paulo : Rothschild, 1914. 320 p.
    • BARREIROS, Eduardo Canabrava. Itinerário da independência: 1821-1822. Rio de Janeiro : José Olympio, 1972. 184 p.
    • BRASIL. Arquivo Nacional. As câmaras municipais e a Independência. Rio de Janeiro : Conselho Federal de Cultura, 1973. 2 v.
    • BRASIL. Arquivo Nacional. As juntas governativas e a Independência. Rio de Janeiro : Conselho Federal de Cultura, 1973. 3v.
    • BRASIL. As Cartas Régias de 1º, 2 e 6 de Agosto de 1822. Brasília, DF : Arquivo Nacional , 1972. [80 p.]
    • BRASIL. Collecção das Leis do Imperio do Brasil: desde a Independencia , 1822 a 1825. 2. ed. Ouro Preto : Typ. De Silva, [1835]. 511 p.
    • CALMON, Pedro. História do Brasil : o Império e a ordem liberal. Rio de Janeiro : José Olimpio, 1959. v. 5.
    • CAMARGO, Paulo Florêncio da Silveira. A Igreja na história de S. Paulo: 1821-1851. São Paulo: Instituto Paulista de História e Arte Religiosa, 1953. v. 6
    • CARVALHO, José Murilo de. A monarquia brasileira. Rio de Janeiro : Ao Livro Técnico, 1993.
    • CATÁLOGO coletivo dos arquivos brasileiros: contribuição preliminar de repertório referente à Independência do Brasil. Rio de Janeiro : Arquivo Nacional, 1972. 73 p.
    • DEBRET, Jean Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. 2. ed. São Paulo : Martins, 1949. v. 2.
    • D. PEDRO I e dona Leopoldina perante a história : vultos e fatos da Independência. São Paulo : IHGSP, 1972. 802 p.
    • EGAS, Eugenio. Brasil historico: estudos, documentos, reimpressões. São Paulo : Rothschild, 1916. Anno 1, v. 1.
    • FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo : EDUSP : FDE, 2000. 660 p.
    • FERREIRA, Tito Livio. São Paulo na independência brasileira. São Paulo : Biblos, [1972]. 49 p.
    • FLEIUSS, Max. Historia administrativa do Brasil. 2.ed. São Paulo : Melhoramentos, [1925]. 844 p.
    • FORJAZ, Djalma. O senador Vergueiro: sua vida sua época – 1778-1859. São Paulo : Diario Official, 1924. 568 p.
    • FREITAS, Affonso A. de. Tradições e reminiscências paulistanas . 2. ed. rev. e aumentada. São Paulo : Martins , 1955. 228 p.
    • GALANTI, P. Raphael M. História do Brasil. 2. ed. São Paulo : Duprat, 1913. v. 4.
    • GASMAN, Lydinea. Documentos históricos brasileiros. Rio de Janeiro : FENAME, 1972. 302 p.
    • HANDELMANN, Heinrich. História do Brasil 4.ed. Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : Ed. da Universidade de São Paulo, 1982. v.2.
    • HERSTAL, Stanislaw. Dom Pedro: estudo iconográfico. São Paulo : Ministério da Educação e Cultura ; Lisboa : Ministérios dos Negócios Estrangeiros de Portugal, 1972. 3 v.
    • HOLANDA, Sérgio Buarque de (Org.). O Brasil monárquico: o processo de emancipação. São Paulo : Difusão Européia do Livro, 1962. Tomo 2. v. 1.
    • LIMA, Manuel de Oliveira. O movimento da independência : 1821-1822. 5. ed. São Paulo : Melhoramentos : CEC, 1972. 321 p.
    • ______. O império brasileiro, 1821-1889. Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : EDUSP, 1989. 182 p. (Coleção Reconquista do Brasil. 2ª série, v.155)
    • MARQUES, Manuel Eufrásio de Azevedo. Apontamentos históricos, geográficos, biográficos, estatísticos e noticiosos da Provincia de São Paulo, seguidos de cronologia dos acontecimentos mais notáveis desde a fundação da capitania de São Vicente até o ano de 1876. São Paulo : Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1953. 474 p.
    • MARTINHO, Lenira Menezes ; GORENSTEIN, Riva. Negociantes e caixeiros na sociedade da independência. Rio de Janeiro : Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, 1993.
    • MELO, Edilberto de Oliveira, cel. As milícias de São Paulo às vésperas de nossa emancipação política. In: ______ . Raízes do militarismo paulista. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 1982. cap. 4, p. 123-126.
    • MONTEIRO, Tobias. História do Império: a elaboração da independência. Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : EDUSP, 1981. 2v.
    • MORAES FILHO, Mello. O 7 de Setembro. In: ______. Festas e Tradições populares do Brazil. Rio de Janeiro : H.Garnier, [ca. 1901]. p. 133-140.
    • MORAES, A. J. de Mello. História do Brasil-Reino e Brasil-Império. Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : EDUSP, 1982. 2 v.
    • MORSE, Richard M. De comunidade a metrópole: biografia de São Paulo. São Paulo : Comissão do IV Centenário, [1954].
    • O MUSEU Imperial. São Paulo : Banco Safra, 1992. 337 p.
    • O MUSEU Paulista da Universidade de São Paulo. São Paulo : Banco Safra, 1984. 319 p.
    • OBERACKAR JR, Carlos H. A imperatriz Leopoldina, sua vida e sua época: ensaio de uma biografia . Rio de Janeiro : Conselho Federal de Cultura, 1973. 493 p.
    • OLIVEIRA, Cecília Helena de Salles ; MATTOS, Claudia Valladão de. O brado do Ipiranga. São Paulo : EDUSP : Museu Paulista, 1999. 132 p.
    • OLIVEIRA, José Feliciano de. José Bonifácio e a independência : O homem do Fico e o verdadeiro Patriarca. 2. ed. São Paulo : Martins, 1964. 303 p.
    • OLIVEIRA, José Joaquim Machado d’. Quadro historico da Provincia de São Paulo até o anno de 1822. 2. Ed. São Paulo : Gerke, 1897. p. 229-264.
    • POMBO, José Francisco Rocha. História do Brasil : a Independência. Rio de Janeiro : Jackson, 1947. v. 4.
    • REGISTRO Geral da Câmara Municipal de São Paulo,1820-1822. São Paulo : Archivo Municipal : Piratininga, 1922. p. 287-302 ; 390-406 ; 387-302 ; 443-449.
    • REVISTA DE HISTÓRIA. São Paulo : Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, v. 45, n. 92, out./dez.1972. 640 p.
    • REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL. São Paulo: DPH/AHM, 1934-
    • REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO: volume consagrado à passagem do 1° Centenário da Independência do Brasil em São Paulo. São Paulo: IHGSP, v. 22 , 1923. 439 p.
    • ______: número especial... São Paulo: IHGSP, 70 , 1973. 781 p.
    • RIBEIRO, Clovis. Brazões e bandeiras do Brasil. São Paulo : Edira São Paulo, 1933. 387 p.
    • RIBEIRO, Maria de Lourdes Borges. Na trilha da Independência : história e folclore. Rio de Janeiro : MEC,Departamento de Assuntos Culturais, 1972. 215 p.
    • RIBEYROLLES, Charles. A Independência. In: ______. Brasil pitoresco. São Paulo : Martins, 1941. v. 1. p.96-110.
    • RODRIGUES, José Wasth. Fardas do Reino-Unido e do Império: Anuário do Museu Imperial. [s.l. : s.n., s.d.]. 52 p.
    • SANT’ANNA, Nuto. Documentário histórico. São Paulo : Departamento de Cultura, 1951. v. 2. 132 p.
    • SILVA, José Bonifácio de Andrada e. Escritos políticos. São Paulo : Obelisco, 1964.
    • SISSON, S. A. Galeria dos brasileiros ilustres. São Paulo : Martins, 1948. 2v.
    • SODRÉ, Nelson Werneck. Independência. In: ______. Formação histórica do Brasil. São Paulo : Brasiliense, 1962. p.159-202.
    • SOUSA, Alberto. Os Andradas. São Paulo : Piratininga, 1922. 3v.
    • SOUSA, Otávio Tarquínio de. A vida de D. Pedro I. Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : EDUSP, 1988. 3 v.
    • ______. Fatos e personagens em torno de um regime: história dos fundadores do imperio do Brasil. Belo Horizonte : Itatiaia ; São Paulo : EDUSP, 1988. 336 p. (Coleção Reconquista do Brasil. 2. série, v. 129)
    • ______. José Bonifácio: 1763-1838. Rio de Janeiro : José Olympio, 1945. 320 p. (Documentos Brasileiros, 51)
    • TAUNAY, Affonso de E. Do Reino ao Império. In: Annaes do Museu Paulista. São Paulo : Diario Official, 1927. V. 3. 318 p.
    • ______. Grandes vultos da Independência brasileira. São Paulo : Melhoramentos, 1922. 230 p.
    • ______. História da cidade de São Paulo sob o Império : 1822-1831. São Paulo : Divisão do Arquivo Histórico, 1956.
    • VARHAGEN, Francisco Adolfo de. História da Independência do Brasil: Até o reconhecimento pela antiga metrópole... 5. ed. In: ______. História geral do Brasil: antes da sua separação e independência de Portugal. 7. ed. São Paulo : Melhoramentos, 1962. p. 1-365.
    • VIANNA, Helio. História do Brasil: monarquia e república. 6. ed. rev. e atualizada. São Paulo : Melhoramentos, 1967. v. 2.

    LIVROS, CD’S E TESES RECEBIDOS

    • BRASIL Aguillar. São Paulo: Fiesp/Sesi/Senai/Irs, 2005. 57 p. (Catálogo da Exposição)
    • 80 anos à frente: história ilustrada da Philips do Brasil. São Paulo: Philips, 2004. 145 p.

    PERIÓDICOS RECEBIDOS

    • BOLETIM DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁ, IHPG, v. 4, 2004.
    • REVISTA DE HISTÓRIA REGIONAL, UEPG, v.7, n. 1; n . 2, 2002.
    • HISTÓRIA, CIÊNCIAS, SAÚDE: Manguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, v. 12, n. 1, jan./abr. 2005.
    • ESTUDOS, Universidade Católica de Goiás, v. 32, n. 2, fev. 2005.
    • EDUCATIVA, Universidade Católica do Goiás, v. 7, n. 2, jul.dez. 2004.
    • ACERVO HISTÓRICO, Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, n. 3, 2005.




  • INTERCÂMBIO

  • “Independência ou Morte”- representação do 7 de setembro de 1822

    Miyoko Makino
    Docente e historiadora do Museu Paulista da USP

    Independencia ou morte - MP-USP
    Pedro Américo
    Acervo Museu Paulista-USP


    No exercício de nossos objetivos
    a Seção Técnica de Intercâmbio convidou desta vez
    o Museu Paulista, que nos brindou com o
    material publicado nesta edição.


    Um dos lugares a ser visitado no mês de setembro é o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, onde estão localizados monumentos e edifícios históricos relacionados com a Independência do Brasil.

    São imperdíveis: o Monumento à Independência de 1922, comemorativo ao 1º Centenário da Independência; a “Casa do Grito”; os edifícios do Museu de Zoologia e do Museu Paulista, estes dois últimos da Universidade de São Paulo.

    O Museu Paulista encontra-se aberto à visitação desde 7 de setembro de 1895, instalado no edifício-monumento à Independência, cuja construção ocorreu de 1885 a 1890, no sítio histórico, nas proximidades do Riacho do Ipiranga. Na inauguração o prédio abrigou o Museu de História Natural, com coleções de diferentes áreas do conhecimento humano.

    Atualmente o museu está voltado para a história da sociedade brasileira, especialmente de São Paulo, abrangendo particularmente o período de 1850 a 1950.

    De seu acervo destaca-se a pintura histórica “Independência ou Morte”, elaborada em 1888, sessenta e seis anos após a Independência por Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905), em Florença, Itália. A encomenda foi feita pela Comissão de Construção do Monumento em nome do Governo Imperial, em 1886, e, para executar a pintura, Pedro Américo visitou o sítio histórico para conhecer a paisagem do Ipiranga e conversou com o arquiteto italiano, Tommaso Gaudenzio Bezzi, pois a pintura foi projetada para o Salão de Honra, fixada no local onde se encontra até hoje.

    Nesta obra, podemos observar que o autor utilizou as técnicas acadêmicas, seguindo os critérios da escola romântica e, como sua narrativa pictórica exigia movimentos heróicos e exaltação da figura do “fundador”, posicionou o Príncipe D. Pedro e sua comitiva, num espaço privilegiado com trajes de gala e animais mais notáveis, colocando a tropa em movimento, valorizando o acontecimento do 7 de setembro, inclusive com a inserção das águas do Riacho do Ipiranga.

    A chamada “Casa do Grito”, curiosamente inserida na pintura, equilibra a paisagem, pois na época ela mesma não existia, tendo sido construída em meados do século 19.

    Outras manifestações artísticas representando a Independência do Brasil, podem ser conferidas na exposição do Salão de Honra do Museu Paulista.


    Miyoko Makino
    Diretora Técnica da Divisão de Difusão Cultural do
    Museu Paulista da Universidade de São Paulo.
    Doutora em História Social pela
    Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.



    Museu Paulista da USP (Museu do Ipiranga) – Parque da Independência s/n – Ipiranga.
    Aberto de 3ª feira a Domingo, das 9h às 16h45. Ingresso R$ 2,00. Crianças até 6 anos e adultos maiores de 60 anos estão isentos. 3º Domingo de cada mês grátis.
    tel: 011-6165-8000 / e-mail: mp@edu.usp.br / site: www.mp.usp.br




  • LOGRADOUROS

  • O itinerário de D. Pedro em São Paulo

    Mapa da Capital da Província
    Adaptação do Mapa da Capital da Província de São Paulo,
    de autoria de Fernando de Albuquerque e Jules Martin,
    elaborado em 1877. Coleção Mapas do IV Centenário,
    Prefeitura de São Paulo, 1954



    Após empreender uma viagem que durou 12 dias desde o Rio de Janeiro, o então Príncipe Regente D. Pedro fez sua entrada solene em São Paulo no dia 25 de agosto de 1822. Como era de costume naquela época, na noite anterior ele fizera uma parada para descanso no então povoado da Penha de França.

    Na manhã do dia 25, D. Pedro tomou o rumo do antigo Caminho do Brás para, em seguida, entrar na cidade pela Ladeira do Carmo, onde foi recepcionado pelas autoridades locais. Atualmente, essas duas vias (o Caminho do Brás e a Ladeira do Carmo) foram transformadas na conhecida Avenida Rangel Pestana.

    Como já estava previamente decidido, D. Pedro ficou hospedado no velho Palácio do Governo (ou dos governadores), hoje demolido, e que estava localizado no Pátio do Colégio. Por isso, da Ladeira do Carmo o futuro imperador e sua comitiva passaram por um trecho da Rua do Carmo (hoje Rua Roberto Simonsen) para chegar ao seu destino. Conforme a Ata da Câmara daquele dia (disponível no Arquivo Histórico Municipal), os vereadores paulistanos vieram receber o príncipe cobertos com o real estandarte e postaram-se sob o imenso arco triunfal armado em frente á porta do Palácio Episcopal, na Rua do Carmo. Segundo o historiador Affonso de E. Taunay, foi ali que Sua Alteza Real descalvagou passando para baixo do pálio.

    Após dez dias de estadia em São Paulo, D. Pedro viaja até Santos. Segundo Eduardo Canabrava Barreiros no seu livro Itinerário da Independência (Livraria José Olympio, 1972), no dia 5 de setembro o futuro imperador percorreu as seguintes ruas no seu caminho até o litoral: Pátio do Colégio, Rua do Carmo (atual Roberto Simonsen), Rua de Santa Teresa (permanece ainda um pequeno trecho dela ao lado da Praça da Sé), Rua de São Gonçalo (hoje desaparecida, pois incorporada à mesma Praça da Sé), Largo de São Gonçalo (atual Praça Dr. João Mendes), Largo do Pelourinho (hoje Largo 7 de Setembro), Rua da Glória, Caminho do Lavapés (hoje Rua do Lavapés) para, finalmente, tomar o velho Caminho do Mar.

    Em Santos D. Pedro permaneceria até a madrugada do dia 7 de setembro de 1822 quando, então, viaja de volta para São Paulo e percorre o mesmo itinerário descrito até o Palácio do Governo. Um pouco antes, porém, ocorreria nas colinas do Ipiranga o famoso "brado", símbolo maior da Independência do Brasil.

    Siga o itinerário de D. Pedro através desse antigo mapa de São Paulo com a seguinte sugestão: não seria uma boa idéia refazer este roteiro da Independência hoje?


    Luís Soares de Camargo

    Serviços: A Seção Técnica de Logradouros é responsável pela pesquisa e orientação aos interessados sobre nomes de logradouros paulistanos. A documentação está disponível para consulta através do atendimento ao público.
    Conheça também o site Dicionário de ruas (parceria AHMWL e Plamarc), onde através de um banco de dados é possível realizar pesquisas sobre denominações de logradouros paulistanos.
    Legenda:
    01-Caminho do Brás
    02-Ladeira do Carmo
    03-Rua do Carmo
    04-Palácio do Governador
    05-Pátio do Colégio
    06-Largo da Sé
    07-Rua de Santa Teresa
    08-Rua de São Gonçalo
    09-Largo de São Gonçalo
    10-Largo do Pelourinho
    11-Rua da Glória
    12-Em direção para o Lavapés







  • MANUSCRITOS

  • São Paulo no Processo de Independência: Atas e Registros Gerais da Câmara Municipal.

    A preocupação em preservar a documentação produzida pela Administração Pública esteve em pauta desde o nascimento da Câmara Municipal da Vila de São Paulo, devido à obrigatoriedade contida nas ordenações régias, sob o título Das Câmaras Municipais. São várias as citações nos documentos oficiais sobre a necessidade da criação de edifícios que não só abrigassem os ilustres vereadores para as sessões, mas também que dessem condições para a manutenção dos registros produzidos. Durante muito tempo, não foi essa a realidade encontrada por nossos representantes. As Atas e os Registros Gerais da Câmara, que nos remetem ao cotidiano e as mudanças das condições político-administrativas de São Paulo, chegaram aos nossos dias sob condições que nem sempre passaram próximas do ideal.

    A partir de 1907, a guarda dessa documentação passou para a responsabilidade da Secretaria Geral, criada pelo Prefeito Municipal na reestruturação promovida objetivando a modernização da estrutura administrativa e melhora da prestação de serviços. Desde então, muitas foram as mudanças organizacionais, mas a motivação em preservar esses registros esteve sempre presente, dando origem a seções, ou, como hoje conhecemos, à Divisão do Arquivo Histórico, com as funções de guardá-los, preservá-los e divulgá-los.

    São nesses dois conjuntos documentais que encontramos as informações sobre a movimentação ocasionada pela visita de D. Pedro I à cidade e suas conseqüências políticas. Como meio de ilustrar tal referência, segue transcrição da Ata de 12 de Outubro de 1822:
      “Acta de Acclamação de 12 de outubro de 1822.

      Aos doze de outubro de mil oitocentos e vinte e dois nesta cidade de São Paulo em casas da Camara e Paços do Concelho, estando presentes o Excellentissimo Governo actual da Provincia, o juiz presidente do Senado o capitão Bento José Leite Penteado, os vereadores e o capitão José Marianno Bueno, o Dr. Manuel Joaquim de Ornellas, e o capitão José de Almeida Ramos aquelle actual, e estes transactos, o procurador tambem transacto e o capitão Antonio José Vieira Barbosa, e o Povo e a Tropa, foi por todos unanimemente accordado que declaram a sua independência dos Reinos de Portugal, e Algarves, e por ella protestam dar a propria vida, e que certificamos officialmente pelo Senado da Camara da Corte, e da cidade do Rio de Janeiro, de que Sua Alteza Real o Principe Regente do Brasil, e seu Defensor Perpetuo O Senhor Dom Pedro de Alcantara é hoje dia anniversario do seu natalicio acclamado alli, e em algumas provincias colligadas Primeiro Imperador Constitucional do Brasil a bem deste, igualmente por tal o acclamam, como herdeiro immediato do Throno Portuguez, e lhe juram obediencia, e fidelidade debaixo de condição de que o mesmo Senhor prestará préviamente o solenne juramento de jurar, guardar, manter, e defender a Constituição Política, que fizer a Assembléa Geral Constituinte, e Legislativa Brasilica, fundada em solidas Bases, e interessante a todo Imperio do Brasil, cuja a sede se deve forçosamente fixar dentro delle attenta a sua vastidão, e riqueza, tendo esta felicissima Acclamação por firmissimo, e inabalavel fundamento: 1.° o constar com toda a certeza que as côrtes de Portugal arrogando a si todos os direitos da Soberania contra as Bases da promettida Constituição, que juraram, tem posto em execução tudo quanto lhes agrada contra os direitos, e interesses do Brasil, afim de recolonizarem, ameaçando-o proximamente com a emissão de Tropas Européas para o obrigarem a annuir ás suas mal fundadas pretenções: 2.° o achar-se El-Rei Constitucional o Senhor Dom João Sexto, Augusto Pae de S. Magestade Imperial em um estado de prisioneiro em Lisbôa, e sem a menor acção para o livre exercicio do Poder Executivo, sendo um mero instrumento de que as mesmas côrtes abusiva, e perfidamente se hão servido para vexarem, e opprimirem o Brasil, não podendo por isso prestar aos habitantes deste Novo Imperio aquella protecção, que todo o Monarcha Constitucional deve dar aos seus súbditos, nem tão pouco desempenhar para com elles as imprescriptiveis obrigações inherentes á Sua Alta Dignidade, devendo o Brasil em tão criticas circumstancias prevenir, quanto antes por um tão legitimo, e adequado meio os grandes males da Anarchia, e da Guerra Civil, que pode resultar de um tal estado de oppressões, e abandono, e de medidas tão indiscretas, injustas, e hostis tomadas pelas referidas Côrtes; pois que o povo do Brasil sendo tão livre, e soberano como o é o de Portugal, e Algarves, tem o inauferivel direito de lançar mão de todos os meios necessarios para a sua salvação, e bem ser (sic) na perigosa situação em que se acha, sendo um destes meios o eleger quem o reja debaixo de uma Constituição Liberal, e judiciosa, que se propões fazer por meio de seus representantes, e possa desempenhar para com elle as importantissimas obrigações, a que está ligado todo o Imperante para com seus subditos em qualquer sociedade civil, o que tudo concorre na pessoa de S. A. R.

      Accordaram finalmente por unânime consentimento que sem perda de tempo se envie uma Deputação ao Novo Imperador com carta de congratulação, e uma copia da presente Acta pra felicitar pela sua exaltação ao Throno, e para a mencionada Deputação nomeiam os dois procuradores geraes desta Provincia os Ilmos. e Exmos. Tenente General Manuel Martins do Couto Reis, e Desembargador do Paço Antonio Rodrigues Velloso de Oliveira, existentes na Corte, e na Cidade do Rio de Janeiro. E para todo o tempo constar o referido se lavrou esta acta em que todos assignaram. E eu João Nepomuceno de Almeida escrivão da Camara o escrevi e assignei.

      (...)”


    É indispensável, portanto, para qualquer pesquisador interessado na História da Cidade de São Paulo a análise desses dois conjuntos documentais acima mencionado, Atas e Registro Geral da Câmara, sob guarda da Seção Técnica de Manuscritos do Arquivo Histórico Municipal Washington Luís. Informamos também que não podemos nessa ocasião reproduzir a imagem do documento acima transcrito pois, felizmente, essa documentação está temporariamente sob responsabilidade da Seção de Restauração e Encadernação que desenvolve o projeto Acondicionamento das Atas da Câmara de Santo André da Borda do Campo e São Paulo (1555-1824), patrocinado pela VITAE APOIO À CULTURA, EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO SOCIAL.

    Thais Lima dos Reis
    Seção Técnica de Manuscritos

    Contato:
    thaisreis@prefeitura.sp.gov.br

    Serviços: A Seção Técnica de Manuscritos atende de segunda-feira à sábado, das 9 às 17 horas.




  • RESTAURO EM PAPEL

  • Ciclo Planejamento de Preservação de Acervos

    O Laboratório de Restauro e Encadernação promoveu, com o apoio da VITAE, um ciclo de palestras sobre Planejamento de Preservação de Acervos, no período de 01 a 05 de agosto.

    Para ministrar as palestras convidamos Ingrid Beck, consultora de projetos de preservação e coordenadora do interinstitucional Projeto CPBA (Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos).

    O evento, dirigido especialmente aos profissionais da SMC dedicados à conservação de documentos em larga escala e a longo prazo, teve como objetivo promover o intercâmbio entre os departamentos e oferecer subsídios para a elaboração conjunta de políticas de preservação a serem implementadas com a reforma administrativa.


    Maria Isabel Garcia


    DICA: no site do projeto CPBA - http:www.cpba.net - estão disponíveis informes sobre:
    • o histórico e os objetivos do Projeto CPBA;
    • recursos didáticos e um banco de dados para divulgação do conhecimento sobre conservação preventiva em bibliotecas e arquivos;
    • 53 textos que abordam os seguintes temas:
      * acondicionamento * conservação * meio ambiente * emergências * planejamento * fotografias e filmes * registros sonoros e fitas magnéticas * reformatação
    • links de apoio





  • ESTUDOS & PESQUISAS

  • A cidade de São Paulo na época da Independência

    A partir de fins do século XVIII São Paulo ingressou numa fase de relativa prosperidade. Graças ao comércio de animas provindos do sul do Pais e à incipiente lavoura de cana de açúcar, a modesta cidadezinha da época deu os primeiros passos em direção à intensificação da vida urbana.

    Tiveram origem nesses dias muitas obras públicas importantes que estariam aparelhando a cidade ainda em plena época imperial. Mesmo apresentando algumas insuficiências técnicas e aparência bastante grosseira essas obras, fruto da competência profissional de engenheiros militares portugueses, manter-se-iam úteis e insuperáveis até a segunda metade do século XIX. Edifícios públicos de grande porte (Casa de Câmara e Cadeia e Quartel dos Voluntários Reais), pontes de pedra (do Lorena, do Marechal e do Carmo), chafariz monumental (da Misericórdia) e monumento comemorativo (Pirâmide do Piques) acabariam por se tornar símbolos de um período bastante positivo da administração colonial.

    Planta da Imperial Cidade, 1810
    São Paulo, 1810
    Coleção São Paulo Antigo: plantas da cidade
    Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954


    Três freguesias constituíam o seu centro urbano - Sé, Santa Ifigênia e Brás -, não atingindo, na época, o total da população paulistana a cifra de dez mil habitantes. Da diminuta área urbanizada partiam rotas em todas as direções, vias que subsistem até hoje, em geral, sob a forma de grandes artérias: para o Norte, a atual Avenida Tiradentes; para o oeste, a Rua das Palmeiras; para o sudoeste a Rua da Consolação; para o leste, a Avenida Rangel Pestana, entre outras.

    Por volta de 1807 ou 1808 começou a ser aberta no Morro do Chá a Cidade Nova (atual Centro Novo), para permitir a expansão da área urbana paulistana. Desse arruamento resultaram vias que subsistem até nossos dias (atuas Av. Ipiranga, São João e Rio Branco, por exemplo) e duas novos logradouros: o Largo do Arouche e a Praça da República.

    Naquele tempo, era a Câmara Municipal que se encarregava de elaborar as disposições municipais (as chamadas posturas), colocava-as em prática e as fazia observar. Concentrava assim a Câmara o que hoje chamamos de poderes Legislativo e Executivo. E era também de sua competência o Poder Judiciário, já que só no Império seria esse poder transferido para a esfera das Províncias.

    Através da leitura dos documentos camarários atualmente guardados no Arquivo Histórico Municipal (Atas da Câmara, Registro Geral e Cartas de Datas), podemos conhecer diferentes aspectos do cotidiano dos habitantes daquele tempo.

    A mão-de-obra, por exemplo, compunha-se de escravos principalmente, africanos e seus descendentes nascidos no Brasil, que se encarregavam de todos os trabalhos, domésticos ou agrícolas.

    Era nas chácaras localizadas em torno da cidade que se produziam os alimentos consumidos pela população local. As compras do dia-a-dia se faziam ou no mercado, as chamadas Casinhas, ou em tabuleiros de quitandeiras e vendedores ambulantes, atividade sempre desempenhada por escravos.

    A falta de água era, contudo, uma constante na cidade. Insuficientemente alimentados, os poucos chafarizes não davam conta de abastecer a população, que tinha de recorrer a outras fontes e às águas pouco salubres do Rio Tamanduateí.

    As várzeas deste último rio e do Tietê tinham outras serventias, tais como pasto de animais, coleta de lenha e locais de pesca. Serviam também de passeio público para uma população que gozava de poucas oportunidades de diversão. O Jardim Público só seria inaugurado em 1825 e a Casa da Ópera, embora modesta, era um ambiente de elite. Procissões nos dias de festa religiosa e cavalhadas e touradas em comemoração a acontecimentos ligados à família real (nascimentos e casamentos) constituíam, de fato, as verdadeiras oportunidades de diversão popular.



    texto: Eudes Campos
    pesquisa: Maria Lúcia de Carvalho e Eudes Campos




    Mapa da Capital da Província
    Selo da Planta da Imperial Cidade de S. Paulo, 1810-1841
    Coleção São Paulo Antigo: plantas da cidade
    Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954






  • LINKS APOIO





  • Mapa de localização
    Mapa de localização AHMWL

    Serviços: Visita Monitorada - O Edifício Ramos de Azevedo, projetado pelo escritório técnico de Ramos de Azevedo, foi inaugurado em 17 de abril de 1920 para receber os cursos de eletrotécnica e mecânica da Escola Politécnica. A partir de dezembro de 1999 tornou-se sede do Arquivo Histórico Municipal Washington Luís (DPH), da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

    Para agendar visitas monitoradas, utilize o e-mail:
    silvanaalmeida@prefeitura.sp.gov.br

    AHMWL
    Pr.Cel Fernando Prestes n.152
    São Paulo - SP
    01124-060


    tel: 55-11-3326-1010








    Acesso
    Metrô Tiradentes


    funcionamento:
    segunda-sábado
    9:00-17:00













    Topo

     
    Para receber o Informativo AHMWL - ou suspender a remessa -,
    envie um e-mail para:
    informativoarquivohistorico@prefeitura.sp.gov.br
     




    Prefeitura da Cidade de São Paulo - 2005 (c)



    DPH

    Cidade de São Paulo

    José Serra
    Prefeito da Cidade de São Paulo

    Carlos Augusto Calil
    Secretário de Cultura

    José Roberto Neffa Sadek
    Secretário Adjunto

    Paulo Rodrigues
    Chefe de Gabinete

    Walter Pires
    Departamento do Patrimônio Histórico

    Liliane Schrank Lehmann
    Divisão do Arquivo Histórico Municipal "Washington Luís"